O Natal está chegando e com ele a esperança de boas vendas. O comércio se enfeita para esperar os clientes, que enchem os olhos diante das belas vitrines, “vestidas” e iluminadas. As ruas se enchem na corrida em busca de presentes e mimos. E para dar aquele empurrãozinho nas compras, chegou quem faltava: a “Black Friday”.

Mas, e como está sendo neste ano de pandemia? Como fazer para aproveitar as promoções e ir às compras, quando a orientação é o distanciamento social?
Muitas lojas, pensando nisso, resolveram antecipar a Black Friday, justamente para evitar ou, pelo menos, reduzir as aglomerações.

No entanto, parece não ter funcionado muito bem. Em Itabuna, por exemplo, já vinha sendo notado uma movimentação fora do normal para o atual contexto, muito embora as lojas, em sua maioria, estejam cumprindo os protocolos de segurança.

Decreto

No último dia 24, a reportagem do blog O Trombone esteve nas principais áreas comerciais da cidade, onde foi possível perceber o comportamento da população, assim como o de alguns comerciantes locais. E o que se pode observar foi um afrouxamento por parte de uma parcela da população que, talvez, esteja amparada na falsa sensação de que o vírus já não circule como antes, ideia essa erroneamente propagada por muitos, tendo em vista repetidos episódios de aglomerações.

O comércio foi reaberto no dia 8 de julho, a partir de um decreto municipal, que estabelecia uma série de regras e medidas de segurança. Desde então, funcionários da Secretaria de Indústria e Comércio passaram a fiscalizar as lojas, chegando a notificar muitas delas por descumprimento do decreto.

O Shopping Jequitibá foi reaberto na quarta fase do Plano de Economia, com uma série de protocolos. Lá, foram espalhados vários totens com álcool em gel devidamente sinalizados e há funcionários nas duas entradas do estabelecimento aferindo a temperatura de todos os clientes.

A reportagem conversou com a consumidora Priscila Varjão, moradora de Uruçuca, para saber sua opinião sobre os protocolos de segurança e se ela sente-se segura. “Vi que as lojas colocaram acrílicos nos balcões de atendimento, álcool em gel à vontade e luvas, como medidas de segurança”, pontuou Priscila.

Já na avenida do Cinquentenário e nas ruas Paulino Vieira e Rui Barbosa, a aglomeração estava maior. Com a proximidade da Black Friday, mesmo as lojas antecipando suas promoções e liquidações, o movimento é intenso, o que torna inviável, apesar dos esforços, o distanciamento mínimo entre as pessoas.
Ainda na Cinquentenário, uma loja de artigos para festas tenta levar à risca o cumprimento das medidas. O estabelecimento tem três entradas, sendo que duas foram isoladas com fitas e a terceira possui um totem sinalizado com álcool em gel.

A cada cliente que adentra a loja, o comportamento dos funcionários era observar e chamar atenção com relação ao uso obrigatório da máscara. No entanto, em nenhum momento nossa reportagem presenciou os funcionários orientarem as pessoas com relação ao distanciamento nos corredores e filas.

Já no Calçadão da Rui Barbosa, em um armarinho, fica um funcionário na entrada, borrifando o álcool nas mãos dos clientes e limitando o número de pessoas no estabelecimento. Apesar de o espaço ser pequeno, a loja tem conseguido controlar a aglomeração.

Alerta

De uma forma geral, constatou-se que, na maioria dos estabelecimentos comerciais há álcool em gel, mas não há fiscalização para o distanciamento, não há uma preocupação com relação à quantidade de pessoas por loja (mesmo em algumas havendo um adesivo informando o limite de pessoas no ambiente). Além disso, existem os clientes que simplesmente não obedeçam às regras.

Procurada, a Secretaria de Indústria de Comércio, por meio de assessoria, informou que a fiscalização continua normal. Disse também que haverá uma reunião para definir quais procedimentos serão adotados durante o período natalino.

Vale ressaltar que o país voltou a apresentar um crescimento acentuado no número de casos de Covid-19. Em Itabuna, esta semana, foi anunciado pela Secretaria de Saúde do Município, a ocupação total dos leitos de UTI do Hospital de Base, o que acende uma alerta.

O vírus ainda circula, é perigoso e a vacina ainda não chegou. Portanto, se faz necessário continuar lutando e cumprindo todas as medidas de segurança, para evitar uma segunda onda na cidade.

Com reportagem de Elba Machado