eudesParece que Buerarema, a velha Macuco, celeiro de grandes homens públicos e craques das letras no sul da Bahia, chegou ao que se pode definir como um momento de absoluta falta de sorte com seus gestores. O município não acerta uma: entra prefeito, sai prefeito, elege um novo, troca por dois e nada muda.

Veja o que ocorre ali, agora. Governando interinamente, um político que poderia romper com esse ciclo maldito de desastres administrativos que a cidade enfrenta nas últimas duas décadas, capitulou. Perdeu o trem da história, e corre o risco de ser cassado em sua interinidade. Falamos do presidente da Câmara feito prefeito pelo Tribunal Regional Eleitoral, Eudes Bonfim (foto).

Em sua gestão, servidores municipais simplesmente não recebem seus salários. Isso mesmo, uma cidade em que o serviço público emprega, direta ou indiretamente, quase toda a força de trabalho do município, essa massa se vê sem salários a cada fim de mês. "Lá, nossa luta não é por melhores salários. É pelos salários", resume o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sintesi), Raimundo Santana.

Até os partidários das outras forças políticas no município reconhecem que Eudes Bonfim deveria ter inscrito seu nome na história de forma positiva. "Era fazer o dever de casa. Se ele fizesse isso, seria um importante adversário nosso, nas próximas eleições. Mas, parece que não passará disso, um interino que conseguiu ser pior do que os que fizeram tanto mal a Buerarema", analisa um correligionário do prefeito afastado, Mardes Monteiro (PT).

Se fosse um time de futebol, ou um partido político, a solução de Buerarema poderia ser a refundação. Mas, por lá, parece que o único jeito é o rompimento do povo com todos esses políticos que se aboletam no poder e só levam a cidade a andar que nem caranguejo. Na lama e sempre em direção ao buraco.