Adylson MachadoQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

                                                                              

 Judiciário lá e aqui

A reação da Associação dos Magistrados Brasileiros – evidentemente corporativista, dentro do mais clássico sprit du corps – desacredita a magistratura quando em pauta a prolação de uma sentença em dois dias envolvendo a liberação de 2,3 bilhões de reais contra o Banco do Brasil, oriunda de uma Vara da Justiça Comum paraense e confirmada por uma desembargadora do Tribunal daquele estado. Maiores detalhes em http://www.advivo.com.br/luisnassif (“Juíza e desembargadora aprovam depressa golpe de 2,3 bi”).

A reação da AMB enfrentou uma decisão administrativa da Ministra Eliane Calmon, em sede do Conselho Nacional de Justiça, que anulou a decisão.

Não nos cabe o mérito – em que pese muito estranha a rapidez da decisão envolvendo volume tão grande de dinheiro, com o agravante de não ter sido ouvido o principal interessado (Banco do Brasil).

De orelha em pé

Estranhas decisões deixam o cidadão comum de orelha em pé. Por aqui, em não tão distantes dez anos, uma tutela antecipada (decisão que antecipa o que será definitivo na sentença), que exige, pela lei, verossimilhança (indiscutibilidade de provas, verdade absoluta etc.) foi concedida contra o Município de Itabuna, de quantia superior a 2,6 milhões de reais, sem que o município tomasse conhecimento da existência do processo, que se amparava tão somente em nota de empenho e nem mesmo comprovada estava a prestação do serviço.

Para encurtar: o município reverteu o prejuízo e a magistrada prolatora não é mais do quadro do judiciário baiano.

Deu no blog de Nassif

A imagem de Itabuna não anda lá essas coisas. No entanto, tornou-se título em matéria assinada por Rosana Lanzelotti, no dia 13 de fevereiro no portal de Luiz Nassif (A Musicologia de Itabuna). Ou seja, a terrinha estava presente em noticiário nacional. A leitura, no entanto, vinculava a cidade de Itabaiana, em Sergipe.

Nossa conclusão: Itabuna como notícia nacional ou é dengue ou erro de impressão.

Mototáxi I

mototaxisSomos contrário à liberação da atividade do transporte remunerado de passageiros através de motocicleta. Nossas razões se enfeixam, entre outras, no âmbito da segurança. Um veículo de quatro rodas teve de corresponder a inúmeros itens para asseguramento da incolumidade física de seus integrantes.

Tal circunstância se torna impraticável, se não inviável, na motocicleta, a começar por um simples componente: o cinto de segurança. Ainda que se fizesse conter na regulamentação uma velocidade compatível para o perímetro urbano – 20 quilômetros, por exemplo – não pode ser assegurada qualquer proteção em caso de acidente.

Outro, da higiene e saúde: ou cada passageiro terá de adquirir o próprio capacete, ou fica sujeito ao de uso coletivo e convivência com a utilização por portadores de várias doenças, que vão da tuberculose a sarnas e infecções da pele etc. (nesse aspecto a palavra fica com os técnicos).

Mototáxi II

Mesmo contrário, pelas razões acima, politicamente – considerando a preexistente promessa de candidatos e governantes, que não é nova – cumpra-se o prometido e se busque os meios de assegurar a proteção minimamente necessária ao passageiro.

Cada dia mais numerosa a classe motociclista itabunense que sobrevive da atividade de transporte de passageiros já ouviu de Geraldo Simões que se houvesse autorização legal – ou seja, lei federal – promoveria os estudos para a viabilização do transporte. Azevedo repetiu a promessa.

Cumpra!

A fórmula

formula coca colaAinda que seja jogada de marketing não nos furtamos à curiosidade da revelação da fórmula da Coca-Cola, decantado tema no ABC da Noite, visto que Cabôco Alencar exige a famosa alquimia para que forneça a de suas batidas. As anotações correspondem à receita original, de 1886, do próprio John Pemberton.

Naquele 1% crucial para o sabor característico estão relacionados álcool e gotas de óleo de laranja, de limão, de noz moscada, de coentro, de canela e de neroli (extraído das flores da laranjeira amarga).

A matéria com outros detalhes (“A receita original da Coca-Cola”) o leitor encontrara no blog de Luiz Nassif.

Paulo Alvim I

É como futucar casa de marimbondos qualquer crítica à CEPLAC. Muitos se juntam para a defesa intransigente sem análise do que está sendo posto. O passamento de Paulo Alvim nos fez lembrar texto por nós publicado quando redigíamos para o então Diário do Sul. Não o traremos nesse instante.

Mas, lembraríamos e recomendaríamos – neste tão decantado instante em que os resquícios de reserva da Mata Atlântica se tornam objeto de acalorados debates – a leitura de “A Ferro e Fogo – a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira” (Companhia das Letras, 1996), de Warren Dean, tradução de Cid Knipel Moreira.

Paulo Alvim II

Do renomado cientista nos vem também à memória o debate – para nós inesquecível e histórico – entre o palestrante José Lutzemberg e o ceplaqueano, ocorrido durante o II Seminário Brasileiro de Direito Agrário, em Ilhéus, no ano de 1979.

Vencido por Lutzemberg. Com um detalhe: o tempo de mais razões o agraciou.

Anúncios I

Anunciar-se pré-candidato dentro do PT é quase um lugar comum. Principalmente num partido que democraticamente admite até aquele decantado por nós “Bloco do Eu Sozinho” como tendência. Mas, entendemos que a pretensão esposada pelo vereador Vane do Renascer – se legítima – esbarra em muita coisa, que pode ser resumida numa palavra: amadorismo.

Seja-o pela realidade interna em Itabuna, seja-o pela dificuldade eleitoral.

Atualmente discutem vários observadores as dificuldades eleitorais a que se sujeita o próprio Geraldo Simões. O que dizer de nomes que não conseguiriam aglutinar outras agremiações por falta de densidade e liderança eleitoral?

Anúncios II

No entanto, para estar em evidência e manter o colégio eleitoral para a reeleição, a pretensão pode ser resumida em uma palavra: profissionalismo.

Novos tempos I

Entre encômios mil a reabertura dos trabalhos legislativos em Itabuna. Presente o Prefeito contribuindo para uma nova visão nas relações Executivo-Câmara Municipal.

Recomenda-se aguardar acontecimentos.

Novos tempos II

É o que parece sinalizar a administração municipal, com a assunção de Pedrassoli no comando das finanças. Realizando o trivial já atrai as atenções.

Como é da turma de Fernando Gomes, alimenta a “competência” do fernandismo.

AMURC

Anuncia planejamento estratégico e situacional. Como os cavaleiros de Granada, disparados em louca cavalgada pela madrugada. Para que? Para nada, já dizia Miguel de Cervantes.

Educação

Em São Paulo rodízio em escolas da Zona Sul motivado (pasmem!) por falta de carteiras nas escolas. Inovação tucana: escola sem carteira.

Reeleição I

A cidade tomada de faixas enaltecendo e destacando a parceria Azevedo e Wagner. Pessoalizada nos nomes, porque nos partidos de cada um daria “água e óleo” – para lembrar César Borges.

Sinal evidente: Azevedo lançou seu nome à reeleição.

Reeleição II

Azevedo aprofunda o projeto político-eleitoral e tirará um dos discursos do PT em 2012: de ser parceiro dos Governos Federal e Estadual. Integrará um partido da base, que pode ser o PP.

O que vinha sendo ensaiado começa a sair da planilha.

Reeleição III

A propósito, as muitas faixas distribuídas pela cidade enaltecendo a parceria Azevedo-Wagner sinaliza a pavimentação do terreno para 2012.

Para nós podem ser consideradas típica propaganda eleitoral antecipada.

PT e a militância

Nas comemorações locais pelos 31 anos do Partido dos Trabalhadores a exortação mais importante: levantar a militância para reencontrar o poder municipal.

O trabalho mais difícil da direção partidária será motivar essa militância. E, mais que isso, juntar alguns cacos quebrados nos últimos anos.

Dizia-nos uma fundadora do partido que não mais se abala para ir às ruas. Desencantou-se depois de ver num mesmo palanque figuras que a perseguiram em Itapé abraçadas às lideranças petistas.

Mas não agüentou mesmo foi quando a turma a chamou de “companheira”.

Militância

O trabalho fica difícil quando a motivação passa a ser emprego para um, para outro. Ainda que no poder não dá para todo mundo. O que é natural!

No entanto, fica difícil convencer quando um emprego ou outro cai no colo de algum carlista roxo e convertido neo-petista.

Precedentes

O blog de Luiz Nassif http://www.advivo.com.br/luisnassif publica “O plágio no concurso de textos de promotores” sobre a devolução de prêmio por um titular do Ministério Público Federal depois de admitir “possível plágio”.

Recomendamos ao blog a leitura de autor(res) itabunense(s) de costado. Não haverá surpresa se encontrarem na obra grapiúna Fernando Pessoa, Jorge de Lima.

Sem falar nos anônimos todos que não podem provar o surrupio.

Cala-te boca! – diria minha avó Tormeza.

Argolo I

Não se trata de discutir imposições e ingerências em relação a pontos de vista e convicções. Mas, para os que acompanharam as discussões na Câmara Federal na última quarta 16, a considerar o que foi dito pelos deputados Miro Teixeira e Paulinho da Força, havia uma solução intermediária que poderia encontrar consenso até mesmo junto a técnicos do Governo. Em torno ponderou o relator Vicentinho, quando respeitou em seu voto a existência do acordo em relação à emenda elevando o mínimo para 560,00 considerando a parcela de 15,00 como antecipação do aumento para 2012 (que tende a superar 12%)

A retirada de assinaturas de ACM Neto e do líder tucano a pedido do baiano demonstrou a jogada política feita por DEM-PSDB. Sabendo que 600,00 (sua proposta) nunca alcançaria aprovação, e como 560,00 envolveria amplo leque que afastaria “o pai da criança” da emenda o jogo ficou evidente.

Argolo II

Nesse sentido Argolo errou feio ao entrar na barca furada. Ainda que integrando a base do governo – que alcançou 361 votos – preferiu estar ao lado dos pouco mais de 100 que embarcaram no bico tucano.

Considerando as faixas dispostas em Itabuna a “parceria” Azevedo-Wagner precisa funcionar sob pena de perder liberações futuras, se assinadas por Luiz Argolo.

Amadorismo. E política não é para amadores. Principalmente se dissidente passar a ser tratado como dissidente.

Na disputa itabunense Geraldo deve estar às gargalhadas.

Itororó e suas contradições

adroaldoSe acompanhado por informações da imprensa itabunense o gestor do município da carne de sol – depois da árdua conquista de uma suplência no Conselho Fiscal da UPB – estaria em alta na terrinha, tantos encontros e contratos celebrados.

No entanto, não é a realidade em Itororó: se perder aliados de primeira hora é Purgatório o astral de Adroaldo já está no último estágio do Inferno.

E o que andam falando do prefeito extrapola até a administração.

Por outro lado, teria a seu favor algumas obras realizadas. Mas o povo tomou uma antipatia daquelas!

Utilidade pública

Sob o título “Dinastia ‘Dantas’ em Itajuípe” o blog Políticos do Sul da Bahia publicou no dia 13 de fevereiro – sem avaliar a possibilidade jurídico-eleitoral – a possível pretensão do prefeito Marcos Dantas de lançar sua atual vice à sucessão municipal, que seria sobrinha do alcaide.

Não deixa de ser singular a matéria veiculada, levando-se em conta que a observação – sob o condão do título – alcança somente Itajuípe. Temos, no entanto, como utilidade pública se sair de municípios menores para os maiores.

Se houver esquecimento pelo caminho, pode ser missa encomendada.

Se não for dois pesos e duas medidas!

Carnaval

As imagens de sábado dispensam comentários. A espontaneidade marca a tradição carnavalesca do tempo das marchinhas, quando o Carnaval ainda não fora privatizado. Muita gente de outros municípios acorreu para a programação centrada no Beco do Fuxico

A alegria, no entanto, deixa uma triste lição: a incompetência do poder público municipal em não assumir o evento em seu calendário de festas, contribuindo em muito para a economia local.

A melhor lição, entretanto, está no próprio povo: deixe-o em paz que ele faz a (melhor) festa.

Homenageando nossos foliões (abaixo) a eterna Emilinha Borba cantando no Sílvio Santos.

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Cantinho do ABC da Noite

cabocoO consagrado espaço é reconhecido como “escola” e os consumidores da alquimia alencarina como “alunos”. Daí porque não falta alguém trazendo um visitante para ser “matriculado”.

Assim, seu proprietário é dela diretor e professor. Por essa vertente, aparece alguém, ainda que consumidor habitual, para provocar o filósofo do Beco:

– Que dia é a matrícula, Cabôco?

– Pra você que é repetente vou lá gastar papel!

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de “Amendoeiras de outono” e ” O ABC do Cabôco”, editados pela Via Litterarum