Adylson MachadoQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

                                                                              

FUNPREV I

Critério inconcebível e absurdo ocorre com o órgão previdenciário do Estado quando diz respeito aos serviços que presta. Servidor aposentado buscou serviços que constam da relação disponibilizada pelo órgão. (Não custa lembrar que, mesmo inativo, ainda desconta quase 200 reais).

Ao ligar para 0800 e pretender alguns serviços teve conhecimento que em Itabuna não estavam disponíveis.

Ao questionar o porquê da inusitada circunstância ouviu a cínica resposta de que em Salvador tudo encontraria.

FUNPREV II

O Estado da Bahia, ao que parece, instituiu duas categorias de servidores: os da Capital – beneficiados – e os do interior – relegados ao desprezo.

Um desrespeito ao princípio da isonomia. A igualdade para a efetivação do desconto é para todos, os serviços para os poucos que possam se deslocar a Salvador.

Não custa a categoria “interiorana” se organizar e ajuizar medidas judiciais visando o atendimento local. Ou, que o Estado custeie o deslocamento.

Remediando

A propósito de “Direita se volta em peso contra o PT na Bahia (O TROMBONE, de 28 de março) uma evidência camuflada na reação local: evitar sangria de quadros. Em nível de Bahia há uma preocupação cozendo os miolos da turma – também presente nas preocupações nacionais – que assombra a oposição a Wagner: a migração de filiados para o PSD “de Kassab”.

O outro lado

A anunciada iniciativa de DEM e PSDB baianos unirem forças para enfrentar o Governo Estadual tem conotações mais amplas que as municipais. Insere-se na retomada de um projeto de unidade que alcança 2014.

Ou seja, aquela tradição de eleições municipais como disputa entre lideranças locais dá lugar a uma tomada de posição e de ocupação de espaços visando concentrar forças para a eleição presidencial. São articulações para 2014 que passam por 2012.

Afinal, para PSDB-DEM já se vão três derrotas.

Alerta

O TROMBONE, em 26 de março, “Pequeno manifesto contra um militarismo atrasado” constitui-se velada denúncia sobre o que estaria acontecendo em setores da política itabunense, com figuras pretendendo controlar os que lhe seriam contrários através de espionagem.

Tempo de colocar a Polícia Federal no circuito.

Lula

O ex-presidente recebeu na terça 29, na Assembléia da República, em Lisboa, o “Prêmio Norte-Sul”, atribuído pelo Centro Norte-Sul do Conselho da Europa.

E para completar, essa de Doutor Honoris Causa na Universidade de Coimbra para um nordestino, ex-metalúrgico e que não fala inglês.

Mangabeira já o dissera

Para João Mangabeira se alguém imaginasse um absurdo na Bahia já havia precedente. Não que questionemos o direito de opinião de cada um, mas a “carta aberta” do ex-deputado José Carlos Aleluia ao Reitor da Universidade de Coimbra parece um daqueles “precedentes” e remete ao ridículo a imagem de que goza a Bahia no exterior. Questiona, na condição de “professor universitário” (fato que desconhecíamos), a concessão do título honorífico a Lula pela decana escola lisboeta, por considerar que “A concessão do mencionado título contraria frontalmente toda a idéia que nós fizemos da Universidade de Coimbra pelo fato, sobejamente conhecido, de que o ex-Presidente sempre se vangloriou de não haver freqüentado qualquer curso. Insistentemente, perante a nossa juventude,buscou inculcar a noção de que o sucesso pessoal independe de qualquer esforço no sentido de aprimorar o conhecimento. E, sobretudo, por uma administração desastrosa em matéria educacional”.

Navalha

PHAComo a preciosidade foi por nós descoberta em www.conversaafiada.com.br (“Político derrotado na Bahia corta pulso com Lula em Coimbra”) deixamos ao leitor parte da navalhada de PHA sobre o tema:

“Em 2002, havia 43 universidades. Hoje são 57 universidades federais. O governo Lula foi o que mais fez pela educação superior e bateu um recorde do governo Kubitschek, que criou dez universidades federais. O Farol de Alexandria não pôs no lugar um único tijolo numa única universidade. Seu Ministro, Paulo Renato, o Rei da Privatização, especializou-se em fortalecer as universidades privadas. O Di Gênio é fã do Paulo Renato”.

“Sobre as escolas técnicas. Com o Nunca Dantes, se investiu mais em educação profissional e básica também: superou o governo Itamar, que construiu 27 unidades de escolas técnicas. No governo Lula foram 214 novas unidades, dez vezes mais que o recorde”.

“Deputado federal eleito por cinco mandatos consecutivos, José Carlos Aleluia (DEM) não foi capaz de obter uma vaga no Senado este ano. Era vice-líder do DEM e um dos mais ferrenhos combatentes da oposição no plenário, em especial quando envolvia assuntos econômicos e orçamentários”. 

Como dissemos acima, é o que dá conceder honraria a nordestino e ex-metalúrgico que chegou à Presidência da República e não fala inglês.

Nem nordestino ilustrado admite!

Do verbo aleluiar

bessinhaA propósito da aleluiada – na próxima atualização do Aurélio deve ser inserido o vocábulo, de modo a refletir a ação que corresponde à dor de cotovelo – Mauro Santayana publicou artigo (De Olhos Opacos no Turbilhão do Mundo) no www.conversaafiada.com.br neste 1º de abril, donde destacamos os três parágrafos finais:

“A universidade é uma instituição relativamente nova na História. Ela não foi necessária para que os homens, com Demócrito, intuíssem a física atômica; com Pitágoras e Euclides, riscassem no solo  figuras geométricas e delas abstraíssem os teoremas matemáticos; e muito menos para que Fídias fosse o genial arquiteto e  engenheiro das obras da Acrópole e o escultor que foi. Mais ainda:  as maiores revoluções intelectuais e sociais do mundo não dependeram das universidades, embora nelas se tenham formado grandes pensadores – e sua importância, como centro de reflexões e pesquisas, seja insubstituível. O preconceito de classe contra Lula sela os olhos de Aleluia e os torna opacos”.

“Solidário ao meu autodidatismo com o de Lula, quero lembrar o grande escritor norte-americano Ralph Waldo Emerson: um talento pode formar-se na obscuridade, mas um caráter só se forma no turbilhão do mundo”.

E conclui: “É no turbilhão do mundo que se forma o caráter dos grandes homens”.

O texto está ilustrado com essa deliciosa charge do Bessinha, bem ao gosto de tucanos, democratas e PiG.

De novo!

E ainda a Universidade de Salamanca, da Espanha, fundada em 1218, por seu Conselho de Governo, acaba de aprovar neste 31 de março a concessão de título Doutor Honoris Causa ao ex-Presidente Lula, por proposição unânime de sua Faculdad de Filologia. Detalhes em www.advivo.com.br (Lula recebe Honoris Causa na Espanha).

Haja pulso!

SBT abriu o debate I

Inelutável que o jornalismo do SBT abriu o debate sobre os anos de chumbo. Trouxe à telinha o tema temido e rejeitado por alguns e ansiado por aqueles que de alguma forma se vêem no lado dos que esperam localizar desaparecidos e dos muitos que desejam contada a verdadeira história dos que lutaram contra a ditadura militar.

O Jornal do SBT de quarta 30 a sábado 2 exibiu a série de reportagens “Os fantasmas da ditadura”, o que as outras redes de televisão aberta pontuavam mas evitavam enfrentar.

De imediato destruiu a antiga expressão “revolução” e firmou no telespectador a idéia de “golpe” para o movimento que derrubou João Goulart, constitucionalmente constituído.

SBT abriu o debate II

O Conexão Repórter, de Roberto Cabrini, voltou ao assunto, entrevistando entre outros João Lucena e o não menos famoso Coronel Sebastião “Curió”, guardião de segredos sobre desaparecidos na guerrilha do Araguaia, com depoimentos e confissões estarrecedoras. Mais que publicidade para “Amor e Revolução”, que estréia no dia 5, escancarou as portas para a discussão em torno da “Comissão da Verdade”.

Méritos para o SBT, que realizou o que outras redes se recusaram: discutir a atuação de algumas lideranças militares na repressão política. Na esteira a tortura e a morte dos que se encontravam sob a tutela do Estado.

A propósito

Liberados alguns documentos do arquivo da Câmara, em 2010. Matéria veiculada em http://www.advivo.com.br (História: Marinha ordenou eliminação de militantes do Araguaia), de 27 de março, aborda o que neles está contido, os quais a Folha teve acesso.

A Globo sinaliza

Transitando pela tortura policial praticada em diferentes localidades do País, inseriu na matéria as condenações na Argentina dos militares responsáveis pela tortura e morte de prisioneiros. Tudo no Jornal Nacional desta sexta 1º.

Entrou no campo, ainda que sem demonstrar haver comprado o ingresso. Mas, sondando e preparando o terreno para mostrar o dinheiro para pagar a entrada.

Itororó

Ao que parece não anda boa a relação do Prefeito Adroaldo Almeida com alguns “amigos”. Espaços antes debruçados em elogios à administração e ao petista itororoense não lhe dispensam críticas. Ainda que sobre literatura.

Quando até a “crítica” literária cutuca há algo errado. Nesse particular não sabemos com quem: o criticado ou o crítico.

UESC I

uescA universidade Estadual de Santa Cruz integra o universo de instituições superiores mantidas pelo Estado. No plano físico não pode ser negado que a UESC apresenta avanços, com a construção de equipamentos e mesmo gerindo recursos para a redução de despesas como ocorreu com a implantação da captação e de uma estação de tratamento de água. Ampliou a oferta de cursos de graduação (superando 30) e investe na pós-graduação e na pesquisa.

No entanto, apesar de estruturar-se como um organismo maior, estabelecendo veias e artérias evidentemente necessárias, não parece preocupada com os vasos capilares, menores mas necessários para a irrigação do organismo.

Dizemos isso porque não demonstra a instituição preocupação com o atendimento ao universo humano que é a razão de sua existência. Alunos e professores não se sentem à vontade com uma expansão física que não repercute no dia a dia dos que a ela acorrem.

UESC II

Em alguns aspectos a UESC de mais de 30 cursos de graduação e alguns de pós-graduação oferece a professores e alunos, no limiar da segunda década do século XXI, o que oferecia a FESPI na década de 70 do século XX, quando reunia um punhado de graduações (Direito, Filosofia, Economia, Letras, Geografia, História, Administração), algumas no âmbito da licenciatura curta.

Carece de um restaurante e de uma residência universitários, dignos deste nome. Mesmo dispondo de uma propagada Faculdade de Medicina, pela excelência da formação, o palco uesquiano não consegue oferecer nem mesmo um simples pronto-socorro para ensino prático aos seus estudantes de Enfermagem e discípulos de Hipócrates.

UESC III

Distante disso não pode estar o Governo do Estado. Afinal, qual a sua política para o ensino superior? A indagação da organização classista diz respeito aos limitados recursos disponibilizados para as universidades estaduais.

Certamente dirá o governo que precisa priorizar o ensino fundamental. Em princípio lhe assistiria razão, partindo da premissa de que teríamos que viabilizar o ingresso das futuras gerações à Universidade. No entanto – e será tema para futuros rodapés – o que estamos assistindo, em nível de primeiro e segundo graus, é uma verdadeira tragédia.

Relevada – ou disfarçada – na propaganda oficial

UESC IV

As mobilizações ocorridas terça 29 e quarta-feira 30 – a primeira pelos estudantes e a segunda pelos professores – são um alerta, que não pode ser encarado como tardio, porque reiteradamente levado à discussão.

Apenas não suficientemente tornadas notícia jornalística. E muito menos matéria no Diário Oficial.

A estrada da morte I

Assim tem sido nominada a BR-415, entre Ilhéus-Itabuna, tantos os acidentes e tantas as mortes. Não se diga que é uma estrada reta e plana. No entanto, ainda que com poucos pontos de ultrapassagem em seus 26 quilômetros de leito, não faz por justificar o nome que lhe é dado. Não estamos na 101 nos limites do Pardo ou do Jequitinhonha, tampouco na Serra das Araras ou na de João Monlevade.

Não apresenta em seu traçado curvas perigosas.

A estrada da morte II

Desafogar o tráfego é imperativo, em razão da quantidade de veículos que por ela trafega, tendente a ampliar-se, seja-o pelo número crescente de novas unidades postas a circular, seja-o pela demanda pelo litoral ilheense. Os anunciados investimentos na região e a consolidação do complexo intermodal exigem a implantação de um sistema viário que a interligue à malha existente (BR-101 e BA-001), e não somente existir como final litorâneo da BR-415.

Não há que ser descurada a importância da duplicação, como já observamos neste DE RODAPÉS (7 de novembro de 2010 e 23 de janeiro de 2011), não esquecendo o leitor de que o atual leito da Ilhéus-Itabuna se tornará apenas numa grande avenida entre as duas cidades, enquanto o corredor necessário se fará através de grandes anéis rodoviários.

A estrada da morte III

O perigo na Ilhéus-Itabuna reside na irresponsabilidade e inconseqüência de muitos que nela trafegam, mais vocacionados para homicidas/suicidas que para condutores de veículos.

Não é coisa do outro mundo trafegar no limite máximo nela tolerado (80 K/h), ainda que veículos se arrastem a 30, 40, 50 quilômetros, tornando-a engarrafada em alguns momentos, ou tenhamos que conviver com quebra-molas.

Entre as duas cidades um tempo gasto de 25, 30 ou 35 minutos, não leva ao desespero.

Se o caríssimo leitor aceitar o desafio transite civilizadamente pela Ilhéus-Itabuna e descobrirá que dos acidentes e mortes a ela atribuídos tem ela a menor parcela de culpa.

Se não estiver sendo injustamente culpada.

Davidson em campanha

Homenagem a jornalistas, exposição em Ilhéus sobre a história do trio elétrico e a estética carnavalesca por ele implantada, com direito a agradecimento dos beneficiados pelo apoio da Bahiagás ao seu Presidente e patrocinador – ao vivo, em entrevista ao Bahia Meio-Dia local –, palestra no Seminário de Propaganda e Marketing, comemorações na AABB pelos 89 anos do Partido Comunista.

É a campanha de Davidson Magalhães em marcha. Enchendo a bola!

Fernando quieto

Não sabemos se Fernando Gomes retornou da Europa. Se voltou, prepara a muda. Ou a réplica. Tudo por causa do ti-ti-ti da semana: aproximação entre Geraldo Simões e Gedel Vieira Lima.

Na certa uma entrevista a ser aguardada.

Engarrafamento

Não deixa de ser singular a situação enfrentada pelo Capitão Azevedo em sua busca por novo partido político. Justamente por haver pensado no PSD, que certamente integrará a base do governo estadual e por tal circunstância se faz “menina” nada fácil de ser namorada.

A ponto de – diante do engarrafamento na procura – desdenhar de quem a procure. Ainda que com sobejos argumentos para a recusa.

Em outros tempos o partido saía à cata de filiações; o PSD recusa!

Geraldo

A propósito de nosso artigo “A Semana de Geraldo” neste O TROMBONE, dia 2, não se tornará difícil, caso Geraldo Simões encontre no PMDB um aliado, de compor futuramente com o PCdoB. O caminho estaria aberto sob o prisma de um argumento: a derrubada da reeleição.

No entanto, como também já escrevemos, precisa dissipar as desconfianças. Extinta a reeleição e mantido o seu projeto político pessoal (Deputado Federal e de alçar outros vôos), as desconfianças se dissiparão.

Pelas circunstâncias.

Região metropolitana

santanaEsse candente assunto – que será objeto de análises futuras – foi ventilado pelo Deputado Coronel Santana.

A pouca repercussão dimensiona o desconhecimento da importância de sua implantação, que depende de iniciativa do Executivo Estadual, encaminhando a Assembleia Legislativa projeto de lei complementar.

Em que pese muito representar para o eixo Ilhéus-Itabuna e os municípios que lhes são limítrofes – mormente diante da imediata implantação do complexo intermodal – não percebemos a tomada da necessária consciência por parte da sociedade organizada da região. O que inclui a sua representação parlamentar em todos os níveis.

Louvemos a abertura do debate pelo Coronel Santana.

Não é anedota V

Mais nomes de novas agremiações religiosas, surgidas para o mundo só em 2010: Igreja Menina dos Olhos de Deus; Igreja dos Bons Artifícios; Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo; Igreja Evangélica Adão é o Homem; Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado.

Ainda há repertório. Mas ficamos por aqui.  

Ave!

Para não dizer que não ouvimos trivialidades: Ozzy Osbourne chegou ao Brasil declarando ver em Lady Gaga uma chata; já um programa da TV local se debruçou sobre as tatuagens da Lady. Que estariam somente em um lado do corpo.

Ficamos comovido com a importância da revelação para a cultura grapiúna.

Jessier Quirino

Retornamos à fornalha nordestina ainda com Jessier Quirino e as “Agruras da Lata D’água”, a narrativa da trajetória vivida por ela mesma, a sofrida.

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Cantinho do ABC da Noite

cabocoO poeta Firmino Rocha tinha por hábito ocupar o balcão à direita da entrada, encostando-se nas caixas ou engradados que servem de porta de acesso ao interior do comércio. Costume adotado por alguns dos atuais fregueses.

O aluno pergunta ao filósofo, para confirmar o fato:

– Era de Firmino Rocha o lugar, Cabôco?

– Sim, Cabôco. Saiu Firmino, ficou a rocha – gozando com os atuais que se aboletam junto aos engradados.

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de “Amendoeiras de outono” e ” O ABC do Cabôco”, editados pela Via Litterarum