AdylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

                                                                              

Análises

Alguns analistas comentam que não há projeto em Itabuna para o centenário de Jorge Amado. Caso o façam sob a ótica do poder público (leia-se, FICC ao tempo de Cyro de Mattos) têm razão. Mas, é preciso compreender, que uma nação não se faz só de governos, mas essencialmente de sua gente.

Há um movimento, especialmente a partir de Ferradas, empenhado com as comemorações do centenário do ferradense ilustre, lançado ainda em 2010. (O Diário Bahia on line disponibiliza vídeo onde referencia o projeto).

accodec

Para instruir análises

cartazEnaltecemos aqui, na edição passada, a iniciativa: “1 pra 100” (ver cartaz), que realizou evento neste 2011 (foto acima).

Que a sociedade acompanhe o que um grupo de artistas e cidadãos comprometidos com a cultura de Itabuna anda fazendo.

A duras penas… mas fazendo.

Escancarado

Antecipamos aqui na terça 16 (Unidos I e II), o contato telefônico, na segunda 15, mantido pelo deputado federal Geraldo Simões com o ex-prefeito Fernando Gomes. Efetivamente o primeiro por telefone entre ambos. Como temos dito, os dois se falam através de Raimundo Vieira. Iniciativa de GS, que usa a conclusão das obras do Centro de Convenções como o objeto de aproximação.

A presença de testemunhas escancarou os fatos. Fernando os confirmou em entrevista a Paulo Lima, no “Alô Cidade” na TVI. Ninguém mais poderá omitir as confabulações entre os ex-adversários mortais.

Resta avaliar os desgastes políticos-eleitorais.

Campus I

Mal anunciada e já se fala em área para instalação do campus da UFSBA/UFSULBA/UFESBA/UNIFESBA (ao que parece não há ainda sigla definitiva). Nada a estranhar. No entanto, o que se diz – e o prefeito se antecipou – é da doação de área do município para a instalação do campus de Itabuna.

Recomendamos que o próprio município levante áreas da União, em seu território. Lembramos de duas, apenas para ilustrar, sob condição da viabilidade técnica: os mais de 20 mil metros que ainda restam do antigo DNER, na Princesa Izabel, e a pertencente ao Ministério da Agricultura, em frente ao Batalhão da Polícia Militar.

Caso não sirvam, que o Município permute áreas suas com as da União.

Campus II

Terreno não será problema. É falar com Fernando Gomes, que dispõe de área natural à expansão na cidade.

Aproveitando a defesa de Daniel Thame, de implantar o campus em Ferradas, recomendamos à Prefeitura desarquivar antigo projeto de José Oduque para o Centro Industrial de Itabuna-CITA (Geraldo Simões, em sua primeira gestão, tentou viabilizá-lo), cuja planta baixa cai como luva para o campus, e se encontra no entorno de Ferradas

Campus III

Considerado sob o ponto de vista técnico, o entorno de Ferradas se torna o centro ideal para a instalação do campus itabunense, por dois motivos:

O primeiro: integra a zona oeste do perímetro urbano, onde, inclusive, a cidade se integra, alcançada pela última lei municipal que delimitou área para Expansão Urbana;

O segundo: um dos grandes semianeis rodoviários do complexo intermodal terá nos limites de Nova Ferradas um viaduto para atender à interligação do fluxo de tráfego da BR-415 com a BR-101 para desafogar o centro de Itabuna. Esse semanel funcionaria em relação ao campu como aquele da Avenida Paralela, em Salvador, em relação ao Centro Administrativo.

Nesse sentido nós, que conhecemos particularmente o projeto do CITA, podemos afirmar que, tecnicamente, aquele é o local ideal para a implantação do campus itabunense.

Inclusive a malha viária interna é colossal e se coaduna perfeitamente com a estrutura necessária ao campus. Sem falar no fato de estar afastado do saturado perímetro urbano de Itabuna. E o projeto em ponto de implantação.

É o local perfeito!

De fantasmas

Chega-nos uma confidência, tendo por referência o baú da tesouraria do Hospital de Base. Apenas como amostragem, foram encontrados fantasmas nacionais e internacionais. Um, de Coimbra, recebia uma “ajuda” de 3 mil reais. Outro, nacional graduado no âmbito profissional, um “adjutóro” de 12 mil.

Há gente que percebe da instituição 30 mil para atender à população e hoje enfrenta a nova gestão do FASI até com ameaças. Não para trabalhar, mas para ver se não perde a “boquinha” de ganhar sem suor e esforço.

Como é lindo viver quando se tem padrinho bom!

Convergências

Geraldo Simões – por vocação natural – e Fernando Gomes – por vocação circunstancial – têm como adversário comum o prefeito José Nilton Azevedo. Fernando até mesmo diz em círculos mais íntimos que a eleição de um candidato do PT é melhor(?) que a continuidade de Azevedo.

Fernando não é e nem nunca foi bobo!

No momento Azevedo é peça fora do baralho. No futuro…

Sonho

Geraldo sonha com a divisão do fernandismo-azevedismo. Ficaria mais fácil para Juçara. Esse seu projeto eleitoral maior. Não à toa alimenta a aproximação com Fernando jogando o anzol com uma isca singular: a conclusão do Centro de Convenções. Obra que interessa a Fernando mas que depende da “boa vontade” do Estado.

Divergências…

Até esse instante nem Fernando nem Geraldo se apóiam. Geraldo sonhando com a possibilidade do afastamento de FG do processo eleitoral, desde que delegue determinações aos correligionários para apoiar Juçara.

Fernando – que não é bobo – com a faca e o queijo na mão, não abre mão de disputar 2012. Que, em princípio, não precisa ser com ele. Mas… pode ser. Desde que a Justiça Eleitoral (leia-se, bons advogados) assegure a candidatura.

…Não tantas!

Nesse contexto Geraldo joga no escuro. Fernando para ele é bóia ao sabor da oportunidade.

E que ninguém duvide de Geraldo “financiar” o apoio de Fernando. Com recursos próprios.

No momento promete financiá-lo com recursos do Estado (Centro de Convenções).

Gato e rato

Falam-se e se intermediam. Apresentam-se em torno de projetos comuns (centro de Convenções). Cada um pretendendo um resultado imediato.

Ninguém sabe quem botará o guizo em quem. Talvez Raimundo Vieira seja chamado!

As conversas continuam

Na quinta 18 Geraldo marcou conversa privada com Fernando Gomes (leia-se, Raimundo Vieira). Eduardo Anunciação nunca acreditará. Tende a se enforcar numa réstia de cebola quando dobrar à verdade.

Independência

Nesse particular Fernando se mostra superior nas tratativas, ainda que sem mandato: tem como interlocutor Raimundo Vieira, ou seja, delega a um “amigo” a função de conversar com Geraldo Simões, deputado federal.

Geraldo é ele mesmo. Não tem amigos a quem delegar (confiar) o que anda entabulando com Fernando.

Pode lhe custar caro. Afinal, amigo é coisa pra se guardar. Assim falava a canção. Ainda que não seja no lado esquerdo do peito.

Por isso dizem que Geraldo não ouve, não lê, não escuta.

Mês crucial

Para Gustavo Lisboa. Afirma que não é filiado a partido político tampouco pretende seguir carreira política. Nesse instante, todos os aplausos a Lisboa. Mormente por sua postura ética. Não ficaria bem para um homem íntegro e de convicções “trair” o prefeito ao qual serve em favor daquele ao qual serviu.

De olho

Mas a voz da realidade pode exigir de Gustavo Lisboa uma postura que atenderia a Azevedo e Fernando. E para fazê-lo precisa, ainda que não pense em candidatura ou carreira política, estar filiado a algum partido.

Quando setembro vier, cabe ficar de olho em Gustavo Lisboa e no Cartório Eleitoral. Até o último minuto.

Onde entra Gustavo Lisboa

Sinalizam para a possibilidade de Azevedo estar impedido de pretender reeleição, porque já teria sido reeleito em 2008, visto que, enquanto vice-prefeito assumiu a Prefeitura, o que o tornaria inelegível, diante da interpretação do TSE de que quem tenha assumido em algum instante a titularidade do cargo configura exercício da função e, como tal, do primeiro mandato.

E aí entra Gustavo Lisboa. Sonho antigo de Fernando, como já o dissemos neste DE RODAPÉS E DE ACHADOS na edição de 28 de novembro de 2010.

Para lembrar:

Bola de cristal

fernando e sandraSe tomarmos 2012 como um conjunto de neurônios em sadia atividade podemos nos defrontar com sinapses surpreendentes em andamento, antes inimagináveis, quanto a nomes para enfrentar os políticos tradicionais.

Neste diapasão o do Professor Gustavo Lisboa, nome leve com trânsito em vários segmentos da sociedade. Ainda que negue, pode ser convencido. E tem possibilidades, se a eleição adquirir foros de maniqueísmo, quando o bem ou mal encarna neste ou naquele nome tradicional, conforme quem o proclame, dividindo aqui e ali.

E aí entram as composições, que podem significar muito. Imaginemos o Professor Gustavo Lisboa como cabeça de chapa e a Sra. Sandra Neilma como vice. Quem é Sandra Neilma? Resposta: esposa de Fernando Gomes e ex-Secretária do Bem-Estar Social do Município de Itabuna.

Esta sinapse pode fazer tremer o cérebro da sucessão!

Em céu de brigadeiro

Fernando está em estado de graça. Nunca imaginou que não sendo candidato pudesse representar tanta força, como o principal e mais paparicado eleitor. É provável que suas decisões definam 2012.

Mosca na sopa

Geraldo Simões encontrou referências positivas nos últimos dias. A criação da Universidade Federal e a fixação de sua reitoria em Itabuna alimentaram a agenda do deputado federal. De imediato cobriu-se de fatos para contribuir com a proposta do PT itabunense (leia-se, GS) com vistas à eleição de 2012.

Na euforia, na sopa servida ao deputado puseram uma mosca. A anunciada – e duvidada – saída do vereador Vane dos quadros petistas para integrar o PRB, que lhe asseguraria candidatura a prefeito, o que o PT de GS não admite.

Tremenda mosca varejeira!

Outra mosca

Carlinhos Cardoso já deixara o PT, aninhando-se no PCdoB. Não tinha intenções majoritárias para 2012, mas não estava se sentindo em ninho amigo. Reação diante do que é entendido como um controle não tanto democrático do partido, exercido a fórceps por Geraldo.

Amigo comum – candidato declarado à vereança – comentava conosco haver Carlinhos cometido um erro.

Analisticamente retrucamos, para provocar: que o que devia estar sob a avaliação, por força de seus desdobramentos, é o fato de muitos estarem se afastando de Geraldo Simões.

A isso o amigo não respondeu.

Algo no ar

Há uma coisinha que cutuca a imaginação particular quando enveredamos pela seara do achar e do rodapear: Azevedo incomoda ou não? Nossa busca se alimenta em exemplo regional: a imagem de Valderico Reis em Ilhéus, que o levou à cassação. Festa para adversários, que se imaginaram herdeiros do mandato nas eleições de 2008.

A festa e o sonho deram com os burros n’água. Sem realizar nada, o vice Newton se reelegeu.

E os adversários ainda choram a cassação de Valderico. Para eles, melhor que tivesse permanecido.

A sete chaves

Por essas bandas Azevedo é sinônimo de alta rejeição. É o que apontam revelações a partir de pesquisas. Mas o que ninguém informa é o percentual de intenção de votos do alcaide.

Aí reside o perigo e motiva preocupações.

Talvez melhor, para os interessados imediatos, que Azevedo não seja candidato.

Então será o segundo mais paparicado. Ou, quem sabe, o primeiro!

Mark Knopfler

“Brothers in Arms”, gravação original do Dire Straits. A delicadeza das cordas alimentando guitarra e voz. Ouvir. Apenas ouvir. E refletir. Aqui, nada mais que Mark Knopfler no Concerto para Montserrat, em Londres.

Cantinho do ABC da Noite

cabocoO sábado é sempre especial no ABC da Noite, dia sagrado. O que o torna uma espécie de religião. A confraria tomando o ambiente e esgotando o estoque de batidas. O aluno chega atrasado em relação à preferência, restante no limite do fundo do litro. Aceita assim mesmo, sob a retórica alencarina:

– Faz de conta que é vinho de Missa, Cabôco.

E complementa:

– Não tarda a Homilia!

_________________

Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de “Amendoeiras de outono” e ” O ABC do Cabôco”, editados pela Via Litterarum