AdylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

                                                                              

Sobre aquele cheiro estranho no mar I

O vazamento de óleo na Bacia de Campos, sob exploração da americana Chevron (aquela do golfo do México), levantou em nós a suspeita de boicote. Mas a menina é mesmo chegada a tais desvelos.

Também no Equador a empresa fez das suas, onde foi multada em 8,6 bilhões de dólares (detalhes em Luís Nassif Online no www.advivo.com.br de segunda 21 – Os problemas de Chevron no Equador).

Por aqui, pagará, se pagar, escassos milhões de reais.

Com parcela da imprensa querendo que a Petrobrás assuma uma parte.

Oportunidade I

Entrará em vigor em maio de 2012 a Lei de Acesso à Informação, sancionada no último dia 18 pela Presidente Dilma. Não fora a possibilidade de acesso aos gastos do Poder Legislativo (em particular, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal), não escapam as ONGs que receberem recursos governamentais (praticamente todas elas).

A internet disponibilizará os dados também do Poder Judiciário e do Ministério Público, tidos como as áreas mais fechadas a tal universo de informação.

Aguardemos o comportamento da sociedade, dispondo deste revolucionário instrumento de transparência.

Oportunidade II

Escapam da transparência as fundações e os Conselhos profissionais (Medicina, OAB, Engenharia etc.) por se constituírem entidades privadas.

Mas seria de muito bom senso que eles mesmos tomassem a iniciativa de abrir suas contas. Que poderia começar pela OAB, paladina da defesa da moralidade e da transparência. Dos outros, até agora.

FTC

Avaliação do MEC outorgou à itabunense o conceito IGC 3.

Aguardam muitos que a instituição seja avaliada no índice compromisso com as obrigações contratuais, sociais e trabalhistas, em nível privado e judicial.

Encontro de idéias I

Nosso posicionamento sempre foi de reserva ao “milagre da privatização”. Os métodos e o sistema que a viabilizava passavam por deteriorar a ação gestora, enquanto pública, preparando a opinião da sociedade para a “excelência” da atividade privada.

Antes de tudo acontecer, atender ao interesse particular com o aumento da remuneração dos serviços. Assim o foi com a telefonia: a assinatura custava em torno de 1,90, em 1994, e de imediato Sérgio Motta, Ministro das Comunicações de FHC, a elevou para quase 13 reais.

Como o faz o governo da Bahia com os cartórios ditos extrajudiciais: um aumento cavalar que pode ultrapassar 300%, nos diz um serventuário indignado.

Desse jeito até o Estado administra bem! Se quisesse.

Encontro de idéias II

E tanto que criticamos as privatizações do governo FHC! Doravante as do PT, em nível federal e estadual.

Duas faces de uma mesma moeda.

Giocondo Dias

giocondoBaiano de Salvador, o legendário cabo Dias comandou a rebelião aliancista em Natal, exatamente no 23 de novembro de 1935. Assim então conhecido Giocondo Gerbasi Alves Dias (1913-1987), ou simplesmente Giocondo Dias, que veio tornar-se dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e seu Secretário-Geral, quando Prestes entrou em conflito com a maioria do partido.

No romanace “Amendoeiras de Outono” (Via Litterarum) há capítulo que referencia Giocondo, que andou por essa região, onde um irmão foi proprietário de farmácia em Itororó.

Quando encontrar um Giocondo ou uma Gioconda em Itabuna o leitor pode estar diante de um(a) sobrinho(a) de Giocondo Dias.

Luta

PCdoB emplaca diretor da CIRETRAN, que Geraldo Simões pretendia. GS comemora promoção que pode viabilizar a assunção do comando do 15º Batalhão.

Hierarquia militar é isso. Até na luta política.

Aproveitando a provocação

O sempre instigativo Marcel Leal, ainda que descontextualizando considerações nossas trazidas a lume na coluna passada (“Tempos mornos”, “Do absolutismo à dinastia I”) provoca uma reflexão, partindo da premissa da expressiva votação de Juçara em 2008. Diz Marcel, na Malha Fina:

La raizon
Pergunta de Adylson Machado para o PT: “por que não formar uma aliança tendo como cabeça de chapa um nome do PSB, do PCdoB, do PDT, do PMDB etc.?” Simples. Nenhum nome deles tem voto. Juçara tem 40 mil”.

A observação de Marcel nos fez lembrar preâmbulos de uma campanha para prefeito de Itororó, em 1976. José Ferreira Pinto (pai de Rosemberg Pinto) assumia uma candidatura que contava com apoio apenas de Naomar Alcântara – que de visibilidade política oferecia apenas os pouco mais de 400 votos que angariara para Jutahy Magalhães (o pai), nas eleições parlamentares de 1974, tempo em que Manuel Leal assegurou, sozinho, em terra estiada, cerca de 200 para Luiz Eduardo Magalhães.

Todos os ex-prefeitos, de Eujácio Simões (primeiro) a José Menezes Lima (então no poder), passando por Henrique Brito, Agostinho Costa Santos e Florisbeu (Abel) Moreira, apoiavam Gilton Alves.

A conversa dos comentaristas locais (pró Gilton) passava pelo que cada um deles havia representado no quantitativo de votos: Eujácio tivera tantos, Henrique outros tantos e por aí caminhava a solidez da candidatura imbatível de Gilton.

Perdeu as eleições, quando abertas as urnas.

A realidade I

Trazemos à baila a historinha acima apenas para ilustrar que não são os números isolados nesta ou naquela eleição que definem o pleito futuro.

Começamos por considerar a tônica da observação provocativa de Marcel: “Juçara tem 40 mil”. Afirma, peremptoriamente, que a petista TEM 40 mil votos, expressiva votação conseguida em 2008 que, conforme o raciocínio marcélico se torna “curral fechado”. (A qual, sem provocações, não conseguiu nem mesmo transferir para o marido, Geraldo Simões, em 2010, já que este ficou apenas com um naco desses 40 mil – em torno de 23 – em Itabuna).

Sob esse particular, a comparação entre a votação de Geraldo em 2008 e a de Juçara em 2010 – sem mesmo buscarmos comparar a do próprio deputado com a de 2006 (cerca de 35 mil) – demonstra a sábia pretensão de GS de formar uma aliança, como diz, para salvar Itabuna. Aliás, esse o contexto de nossa observação, elaborada a partir da entrevista do deputado no Alô Cidade da TVI.

A realidade II

Assim, retomando o contexto de nossa análise (ver DE RODAPÉS E DE ACHADOS de 21 de novembro), se Geraldo entende como imprescindível uma aliança para salvar Itabuna (onde até mesmo buscou aproximação com Fernando Gomes), de imediato sabe que aqueles 40 mil votos de Juçara não são absolutos, tanto que espera apoios para a recomposição da base político-eleitoral de 2008, que incluía PCdoB etc., base esta que no momento não anda lá bem das pernas.

Possível justificativa de que a busca teria o condão de superar os 11 mil votos de frente de Azevedo em 2008 sucumbiria à circunstância de o prefeito se encontrar no limbo das “avaliações” estatísticas, que lhe são negativas.

Desta forma, esse o alcance de nossa ponderação, se uma aliança é imprescindível para salvar Itabuna por que GS não assegurar a salvação formando a aliança imprescindível sem dividir, quando poderia unir?

Bastaria – para salvar Itabuna – declinar da cabeça de chapa da majoritária no próximo ano.

De quem?

Por outro lado, se Juçara tem mesmo 40 mil votos Geraldo não precisaria de uma “aliança” para salvar Itabuna. Ele mesmo salvaria.

Sem falar de quem são efetivamente os votos de Juçara. Dela ou de Geraldo que para ela transfere?

Se dele, não mais são 40 mil e sim, os 23 apurados em 2010.

Cultura

Na área cultural itabunense está acontecendo de tudo. Até correligionário enfrentando Azevedo, amparado em adversários do alcaide.

Tempos mornos

Nestes “tempos mornos”, vão sendo sinalizados o que parece estratégias de candidatos e grupos políticos para as eleições de 2012. Fernando Gomes apóia Roberto Barbosa – mais conhecido como “Minas Aço” – o que aparenta uma divisão do fernandismo que atinge a reeleição de Azevedo, para gáudio dos adversários do alcaide.

Geraldo Simões – para nós potencial candidato do PT, ainda que jure de pés juntos que não – utiliza sua presença no Congresso para mostrar o que pode representar a continuidade de sua permanência por lá, anunciando emendas de bancadas.

Azevedo nomeando fernandistas e ampliando o que seria um leque de partidos em torno de sua reeleição.

Sob esse particular detalhe – Azevedo nomeando fernandistas – pode ser olhado como estratégia para dividir o fernandismo.

Diferente caminhar I

Sem aprofundar análise neste instante, temos que há certa negligência em avaliações que consideram o prefeito José Nilton Azevedo apenas como fruto do fernandismo.

Parece-nos que dispõe de expressão própria. Com o detalhe de deter o poder.

Críticas à parte, quando alguém imaginar que está dividindo a repercussão político-eleitoral de Azevedo pode estar esquecendo que ele dispõe hoje de certa autonomia.

Se suficiente ou não aos seus propósitos já é outra história.

Diferente caminhar II

Outro aspecto que não vem sendo suficientemente avaliado: Fernando Gomes controla efetivamente todos os que com ele estiveram até a última gestão?

O mesmo que ocorreu no universo de Geraldo Simões pode estar acontecendo com Fernando.

Nando Luz

O baiano Nando Luz continua atuando em São Paulo. No momento, com apresentações no SESI de São José do Rio Preto do seu “Madonna Mudaria Minha Vida”.

Deixou Itororó em 1990 para radicar-se em São Paulo, onde desenvolve seu trabalho.

Aguarda uma oportunidade para apresentar-se na região onde nasceu.

Não só de “Amélia” viveu Mário lago

Mario lagoFaria 100 anos neste 26 de novembro.

Uma das mais arrasadoras denúncias contra os que “apontaram” colegas à repressão para galgar, na esteira da delação, cargos e funções na Rádio Nacional, em 1964, se encontra em “Bagaço de Beira-Estrada”, um de seus livros de memórias, ao lado de “Na Rolança do Tempo”. Com direito à exposição dos nomes na própria capa.

De sua lavra oferecemos estilos e interpretações distintas para “Nada Além” (Custódio Mesquita-Mário Lago), no original por Orlando Silva, em 1938, e Gal Costa.

Cantinho do ABC da Noite

cabocoNo amaranhado de assuntos que vão ocupando a manhã sabatina veio à tona o fato dos milhares que jogam em loterias e não se dão ao trabalho de nem mesmo conferir o jogo. Um dos presentes encontrou uma circunstância que faria justiça ao esquecimento, conforme seu modo de ver as coisas:

– O mérito é que o dinheiro fica para um fundo que destina recursos para o Esporte e a Educação… – procurava justificar, considerando os jogos administrados pela Caixa Econômica, quando Cabôco Alencar não dispensou a oportunidade:

– …Deles, Cabôco. E dos filhos deles!

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de “Amendoeiras de outono” e ” O ABC do Cabôco”, editados pela Via Litterarum