Geraldo Simões

gsNesta semana em que a prioridade é a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias pelo Congresso Nacional, quero insistir no debate sobre a política econômica e a conjuntura política brasileira,

Trata-se da polêmica entre orientar a política econômica com ênfase dada à austeridade ou, em seu oposto, dando ênfase à expansão do mercado e incentivo ao consumo.

A opção de nosso governo, ou melhor, de nossos governos, continua sendo de expansão do mercado interno, inclusão de amplos setores sociais ao consumo e forte conotação social de combate à miséria e à pobreza.

Atestam as afirmações acima, não só a meta explícita na LDO para o orçamento de 2011, que prevê um aumento no salário mínimo de 13,1%, como o lançamento recente do programa de combate à extrema miséria, cuja meta é a incorporação de mais de 16 milhões de pessoas ao mercado.

No entanto vozes insistentes defendem uma política de austeridade e contenção do gasto público, chegando a alertar sobre uma alegada espiral inflacionária e quebra do parque industrial brasileiro, pedindo entre outras coisas, restrição de crédito, aumento de juros e desvalorização de nossa moeda frente ao dólar (isto quando temos previsão de uma inflação anual que nem chega a dois dígitos e se encontra dentro da meta do governo).

Frente aos especialistas que defendem o modelo largamente utilizado no passado pela direita na economia, quero apresentar os argumentos de Paul Krugman, economista, Prêmio Nobel de 2008, escritos em artigo do New York Times.

Neste artigo, publicado na Folha de ontem (segunda-feira, 11 de julho), ele critica acertadamente a posição do Presidente dos Estados Unidos Barack Obama, que compara o comportamento da economia dos Estados Unidos com a economia das famílias norte-americanas, recomendando o corte de gastos.

O economista fundamenta seu questionamento à posição de Obama, afirmando que buscar o equilíbrio orçamentário com cortes de gastos, na época de dificuldades, só aprofundará o declínio econômico. Reduz o crescimento e aumenta o desemprego. Segundo ele, as empresas estão deixando de investir não por falta de confiança, mas por falta de consumidores e cortes nos gastos agravarão o problema no curto prazo. Esta é a posição do economista Paul Krugman, com a qual estou plenamente de acordo.

Felizmente a situação do Brasil é muito diferente da vivida atualmente pelos chamados países desenvolvidos. Vivemos um crescimento sustentado, expansão de mercado e emprego e maior justiça social. A política econômica tem dado certo e nosso governo corretamente trata de mantê-la. Problemas existem e sempre vão existir, mas nossa ênfase sempre será dada em resolvê-los via justiça social e desenvolvimento.

(reprodução de pronunciamento do deputado no plenário da Câmara)

Geraldo Simões é deputado Federal (PT/BA)