Organizações Não Governamentais (ONGs) e demais ativistas pela proteção aos animais protagonizam um verdadeiro pedido de socorro ao governo, para que seja retomada a tão necessária castração. Este foi o tom da sessão especial na Câmara de Itabuna, na quinta-feira (22), solicitada pelo vereador Pastor Francisco Edes (Republicanos).

Em nome da ONG Bicharada, a presidente Marcela Andrade chamou a atenção para as dificuldades enfrentadas tanto por entidades como por famílias de baixa renda para cuidar dos animais. É o caso de Lúcia Aparecida Santos, que narrou o nível de limitações em um abrigo onde vivem 100 gatos e 50 cachorros, no bairro Urbis IV. Ela também roga pela “palavra mágica” castração.

Numa linha otimista, porém, Marcela disse apostar que providências sejam tomadas. “As leis precisam mudar; hoje a multa é de 30 reais por maus-tratos a animais”, exemplificou. Já a presidente da ABRAPA (Associação Brasileira de Proteção Animal), Kátia Lira, cobrou: “Que venham novas leis, mas é preciso saber qual o destino do dinheiro obtido com as multas”.

“Vamos sentar com as ONGs, prefeitura, para ver como vamos fazer. Já fiz o pedido de providências para o prefeito Augusto Castro atualizar e mandar o projeto do castramóvel pra aqui. Vamos aprovar e buscar recursos junto ao governo federal, aos meus deputados, para atender a essa população tão carente. Se não há castração, vai aumentar a população de animais. Isso também é um problema de meio ambiente e saúde pública”, declarou Edes.

Ao ponto de chegada

Coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Maristella Antunes mencionou o avanço da vacinação de janeiro até agora, chegando a um total de 4.233. Citou, também, a previsão de um processo seletivo para veterinário que castre animais. Por sua vez, a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses, Ellen Gleicer Lima, ressaltou “a importância daquela discussão para melhores resultados”.

Também presente à discussão, o promotor Rafael Pithon adiantou que no dia seguinte instauraria um inquérito civil sobre castração. “Estamos juntos para construir soluções; podem haver diferenças no ponto de partida, mas o ponto de chegada é sempre o mesmo”. O advogado Ícaro Emanoel Barros, da Comissão de Proteção Animal da OAB, frisou “o papel do poder público como tutor do bem-estar animal”.