Do Blog do Thame

A longa estiagem que afeta o Sul da Bahia é a principal responsável pelo colapso no abastecimento de água em Itabuna. Mas não é a única.

A esse fator, somam-se a notória incompetência da atual direção da Emasa e denúncias de corrupção que já resultaram na prisão de um diretor e de um chefe de setor (não por acaso responsável pelas manobras na rede de distribuição de água) e que ainda não foram devidamente dimensionadas, já que existe uma investigação do Ministério Público.

A direção da Emasa foi alertada com antecedência por técnicos da própria empresa dos efeitos terríveis do El Niño e ainda assim não tomou as medidas necessárias para minimizar os impactos da falta de chuvas, permitindo entre outras coisas que duas bombas de captação permanecessem quebradas em Castelo Novo. Chega-se ao cúmulo de que uma simples quebra na tubulação deixe pelo menos dez bairros há pelo menos 50 dias sem água, porque a Emasa não tem peças de reposição, tendo que recorrer à Embasa, já que o fornecedor não vai se arriscar a levar calote.

No caso das denúncias de corrupção, ela é ainda mais perversa à medida em que, enquanto milhares de pessoas sofriam com a falta d`água, utilizaram-se recursos e equipamentos da Emasa, segundo denúncia, para instalar um sistema de captação paralela em área da própria empresa, gerou lucros fabulosos. Pior: quando uma funcionária denunciou o esquema, ela é quem foi punida, típico caso do marido que pega a esposa com o amante no sofá e…vende o sofá.

Um misto de negligência e corrupção que, desde novembro de 2015, penaliza toda a população. Ou não toda, porque há sempre os privilegiados para quem não falta água. Ou uns tantos outros que, na impossibilidade de ficar sem água, sacrificam o orçamento para comprar água, num negócio que, ao contrário das chuvas, caiu do céu.