No momento em que os trabalhadores estão mais vulneráveis, muitas empresas estão fazendo exatamente o contrário daquilo que delas se esperava: demitem e, quando não, atrasam os salários daqueles que estão parados por motivo de força maior.

Em Itabuna, somente a empresa Águia Branca mandou embora 36 profissionais, segundo o sindicato da categoria, o Sindrod. Mas, de acordo as informações que a entidade diz possuir, seriam ao menos 100 demitidos, quando juntadas outras sedes, como Salvador e São Mateus.

O sindicato afirma ainda que as empresas do transporte coletivo de Itabuna, São Miguel e a Sorriso da Bahia estão devendo uma quinzena de salário dos funcionários. Está marcada uma reunião, na segunda-feira (6), entre patrões e empregados, mediada pelo Poder Público municipal.

Retirada

No início dessa semana a empresa Sorriso retirou 16 ônibus, dos mais novos da frota. Prepostos entraram na garagem na madrugada, foram barrados por representantes do Sindrod. Após a interceptação, a empresa garantiu a retirada, com aval da prefeitura, com a promessa de que trará outros veículos para Itabuna.

Dessa situação, surgiram duas questões. Os veículos que voltarão serão sucateados? Se forem novos, então para que retirar os modelos mais novos que aqui já estavam?

No sistema capitalista, empresas visam ao lucro. Porém, devem também cumprir função social. Nesse momento, a maior função social que poderiam cumprir seria dar a seus funcionários condições de sobrevivência e garantias de que não serão mandados embora quando mais precisam de apoio.

Foto: Pedro Augusto