O ex-prefeito Geraldo Simões concedeu entrevista, na manhã de hoje, ao programa Café IPolítica na Rádio Interativa, comandado pelos âncoras Gabriel Guedes e Naty Almeida, com comentários de Pedro Arnaldo no estúdio, e Ricky Mascarenhas, no link do Café Ipolítica no Boteco Gaúcho. A entrevista foi marcada por falas inspiradas do pré-candidato a prefeito, que defendeu a sua candidatura em 2024, com aval do presidente Lula. “Fortalecer a base governista é importante, mas sem reduzir o PT. Até porque todos partidos, praticamente, são da base. Mas eu sou base-raiz”, disparou.

Geraldo foi perguntado sobre a conversa que teve, há duas semanas, com o presidente Lula, em Ilhéus. Apesar de se manter discreto, disse que conversaram sobre questões nacionais e locais. E, “sem dizer”, disse que Lula deu aval para sua candidatura em Itabuna. “Em 2024, a eleição é uma preparação para a disputa de 2026. E o presidente Lula quer fortalecer o PT, com o maior número possível de prefeituras, para garantir mais respaldo ao PT no pleito de 2026. Por que você acha que está essa guerra dos partidos por ministérios no governo federal?”.

Um dos argumentos mais usados pelo pré-candidato é em relação à necessidade de Itabuna voltar a receber grandes investimentos, a exemplo do que já ocorreu em suas duas gestões (1991-1994 e 2001-2004), com a implantação de grandes obras, ou criação dos projetos que resultem nelas. Foi o caso da implantação do Gasoduto, em seu segundo governo, ou da construção da barragem no rio Colônia, projetada em sua primeira passagem pela prefeitura, e a implantação de uma universidade federal, pedido feito a Lula durante seu segundo mandato no Executivo itabunense.

Eleição

Instado a responder sobre as declarações do presidente estadual do PT, Éden Valadares, que não foi taxativo sobre candidaturas petistas onde houver candidatos da base governista, ou mesmo a respeito de uma declaração do governador Jerônimo Rodrigues, que falou em gratidão ao prefeito Augusto Castro, Geraldo registrou que não vê nessas declarações a obrigatoriedade de o PT renunciar a suas candidaturas.

“Até porque, 380 municípios estiveram com Jerônimo nas eleições. Vamos abrir mão de disputar em todas essas? Quanto à gratidão, se o governador tem algum sentimento de dívida com o prefeito, que pague com obras para o município e vamos deixar o povo escolher quem será o próximo prefeito. Partido existe para disputar o poder”, disparou.

Para Geraldo, o discurso de fortalecimento da base aliada em detrimento do crescimento do PT, não convence. Ele destaca que esse é um momento em que o PT governa o Brasil pela terceira vez, que governa a Bahia com o terceiro governador seguido, e Itabuna merece experimentar um governo do PT no município, no estado e no Brasil só mesmo tempo. “Governei dois anos com Lula, mas sem o governo do Estado, e quero governar com Lula e com o governo estadual ao meu lado”.

Geraldo continuou dizendo que a população rejeita o prefeito Augusto Castro, porque ele não cuidou da saúde, não tem programas sociais e não tem obras. “E não quer mudar!”. Ainda criticou a FICC, afirmando que não pode ser reduzida a uma empresa de fazer shows. “Eu implantei a FICC, mas o objetivo é fomentar a cultura local, hoje só promove shows”.

Disse que vai buscar o entendimento com os partidos da federação (PT, PV e PCdoB), a fim de encontrar um consenso por uma candidatura própria e, se por acaso não houver esse caminho, que se faça o uso do estatuto: “vai para a votação e decide no critério do tamanho da bancada de deputados federais”.

Elogiou a iniciativa do PV, de lançar pré-candidatura própria, e espera um distanciamento do PC do B do atual governo, para construir uma chapa forte para 2024. “Em 2024 estaremos juntos com Lula, com o senador Jaques Wagner e quero contar com o apoio do governador, e com os partidos que fizeram campanha para Lula e Jerônimo em Itabuna”.

Geraldo aproveitou para alfinetar e dizer que espera que alguém avise a Jerônimo que o atual prefeito não fez campanha para ele. “Campanha é estar todo dia na rua pedindo voto. É ir pra rua 45 dias, e não apenas aparecer nos dias das carreatas com o governador. O dia a dia foi com o PT, com o PCdoB, com o PSB e alguns outros amigos, como Fábio Lima, que esteve todos os dias conosco. Se ele tivesse feito campanha, não teríamos tomado 28 mil votos de diferença”.