“João Roma está mais em Roma do que no Brasil”. Assim o ex-deputado Geraldo Simões iniciou sua entrevista ao programa Frequência Política, na Rádio Interativa FM e Difusora AM, na manhã desse sábado (23). Ele concedeu entrevista aos âncoras João Matheus e Binho Shalom, com apoio técnico de Cosme Denílson, o “Encarcadinho”, e falou após o ex-ministro João Roma, que fez uma defesa enfática do presidente Jair Bolsonaro.

A crítica de Geraldo foi em cima das falas exageradas do ex-titular do Ministério da Cidadania, que transformaram o Brasil em um país de maravilhas. Destacou os 12 milhões de desempregados, a inflação sem controle, o povo sem esperança, além dos ataques de Bolsonaro às instituições, com intuito de criar clima para um golpe de estado. “Com esse discurso, colocando uma série de fake news como se verdade fossem, João Roma não resiste a cinco minutos de debate com meu candidato, Jerônimo”, destacou.

Para Geraldo, Bolsonaro não governa pensando no povo. Ele criticou, ainda, a visita do presidente a Porto Seguro, por conta da passagem de 522 anos do descobrimento do Brasil pelos portugueses. “Foi a PortoSeguro e não levou uma obra. Levou a Esquadrilha da Fumaça. Esse governo é isso: só fumaça”.

Outra crítica de Simões é em relação ao ataque do presidente às instituições. Para ele, o governo já controla o Congresso, pelo orçamento secreto. Agora quer dominar o STF, que tem sido a única salvaguarda que protege o país, hoje.

“A intenção é criar um clima que ameace as eleições. Esse indulto é uma afronta. Na verdade, acredito que esse decreto estava pronto, para ser usado para beneficiar algum dos filhos dele. Usou com o deputado, e agora diversos criminosos condenados vão pedir o mesmo tratamento”, observou Geraldo.

Outra crítica foi em relação à declaração do deputado João Roma, de que o governo federal fez a duplicação da BR 415, quando, na verdade, fez um alargamento sobre o acostamento, prejudicando pedestres, ciclistas e motoristas.

“A duplicação estava prevista no PAC, desde o governo Lula e depois com Dilma, e demorou porque estava sendo discutido o impacto ambiental. Quando se resolveu as questões das licenças ambientais e a obra ia começar, Dilma sofreu o golpe. Temer segurou o dinheiro e,quando Bolsonaro entrou, também segurou o dinheiro. Rui Costa então decidiu fazer, com recursos próprios, a duplicação de verdade, como estava projetada desde o início.

ACM Neto

Geraldo ainda destacou as incertezas que rondam a candidatura de ACM Neto. Para ele, há uma confusão na campanha do ex-prefeito de Salvador. “Não se sabe quem vai ser o vice, nem mesmo se ele vai ser candidato. Já aconteceu uma vez. Se for olhar para Itabuna, veja a confusão que está aqui, com pelo menos dois ou três palanques, porque seus apoiadores não se entendem”, disse, referindo-se ao vice-prefeito Guinho, que não aceita subir no palanque com o ex-prefeito Fernando Gomes, sem falar, ainda, no ex-prefeito Capitão Azevedo.

Por outro lado, diz que a campanha de Jerônimo está “arrumadinha”. “Temos nossa chapa montada, com governador, vice e senador. No Brasil, temos Lula e Alckmin”. Geraldo, mais uma vez, desconversou sobre uma candidatura a deputado federal ou estadual: “nos próximos dias decido”, finalizou.