A meta inicial da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) de ofertar 14 mil exames de mamografia na capital e interior foi superada em menos de três dias. “A campanha de conscientização e detecção precoce do câncer de mama superou as nossas expectativas, tanto que já agendamos mais de 25 mil exames e quase não há vagas disponíveis na capital, mesmo tendo sido ampliado o número de exames diários”, afirma a secretária da Saúde da Bahia, Tereza Paim.

Na última década, essa estratégia itinerante esteve nos 417 municípios, tendo realizado mais de 800 mil mamografias bilaterais e 62 mil ultrassonografias. “O cuidado com a saúde feminina deve ocorrer o ano todo, não apenas no mês de outubro. Os municípios também devem ofertar exames ao longo do ano, pois dos 179 mamógrafos disponíveis no SUS aqui no estado, a maioria deles está em unidades municipais ou contratadas pelas prefeituras”, explica Jucelia Nascimento, diretora do programa de rastreamento na Sesab.

Os exames são realizados em mulheres de 40 a 69 anos, com horário previamente agendado pela internet, a fim de evitar filas e aglomerações no atendimento. Na capital baiana, as mamografias estão sendo ofertadas em unidades móveis e no Centro Estadual de Oncologia (Cican). “A boa notícia é que estamos em contato com as Obras Sociais Irmã Dulce e o Hospital da Mulher para que eles possam, neste mês, disponibilizar exames de mamografia aos finais de semana ou em horários estendidos e assim, alcançar ainda mais mulheres”, afirma o governador Rui Costa.

Já no interior, as 21 Policlínicas Regionais de Saúde tem ofertado exames, sendo o agendamento a partir dos postos de saúde ou das Secretarias Municipais de Saúde. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que em 2021 serão detectados 66.280 novos casos de câncer de mama no país e na Bahia, 3.460. “A principal causa de morte por câncer entre mulheres se dá pelo câncer de mama e o diagnóstico precoce pode levar à cura em 90% dos casos. Além disso, quando precocemente descoberto pode-se evitar o procedimento cirúrgico de retirar a mama por completo ou ainda evitar procedimentos complementares como quimioterapia ou radioterapia, aumentando a sobrevida dessas pacientes e reduzindo a morbidade”, alerta a secretária Tereza Paim.

Para as mulheres com diagnóstico positivo, o tratamento cirúrgico, quimioterápico ou radioterápico será realizado em unidades de alta complexidade em oncologia da rede de atendimento da Sesab.

Câncer de mama

De acordo com informação do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor. Há vários tipos de câncer de mama, por isso a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a características próprias de cada tumor.

Múltiplos fatores estão envolvidos na etiologia do câncer de mama, como explicam os especialistas do Inca, entre eles estão: idade da primeira menstruação (menor do que 12 anos); menopausa após os 55 anos; mulheres que nunca engravidaram ou nunca tiveram filhos (nuliparidade); primeira gravidez após os 30 anos; uso de alguns anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal (TRH) na menopausa, especialmente se por tempo prolongado; exposição à radiação ionizante; consumo de bebidas alcoólicas; dietas hipercalóricas; sedentarismo e predisposição genética.

Atualmente os médicos recomendam a identificação da doença em estágios iniciais por intermédio das estratégias de detecção precoce, pautadas nas ações de rastreamento e diagnóstico precoce. A mamografia bienal para as mulheres na faixa etária estabelecida é a estratégia de rastreio indicada, enquanto o diagnóstico precoce é formado pelo tripé: população alerta para os sinais e sintomas suspeitos; profissionais de saúde capacitados para avaliar os casos suspeitos; e sistemas e serviços de saúde preparados para garantir a confirmação diagnóstica oportuna e com qualidade.

O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra e do tipo do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo). Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.