A Justiça manteve a decisão de levar a júri popular o empresário Tharciso Aguiar, que atropelou e matou a dentista Ranitla Scaramussa Bonella. O acidente aconteceu no dia 11 de junho do ano passado, em Ilhéus. A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ/BA) julgou improcedente, na tarde da última quinta-feira (5), o recurso interposto pela defesa do acusado no sentido de desclassificar o crime para homicídio culposo no trânsito, que tem pena de 2 a 4 anos.

O Ministério Público do Estado da Bahia e a assistência de acusação, por sua vez, sustentam o entendimento jurídico do dolo eventual, para que o acusado seja julgado e condenado pelo crime de homicídio doloso. “Ele assumiu o risco de produzir e consentiu com o resultado final. Agiu com manifesto desprezo pela vida humana”, explicou o advogado Igor de Melo. “Portanto, merece ser punido com o rigor jurídico do crime de homicídio de doloso”, acrescentou.

A decisão, no caso do atropelamento de Ranitla, foi proferida em junho pelo juiz criminal Gustavo Lyra, da Vara do Júri da Comarca de Ilhéus. A data para a realização do júri popular ainda não foi marcada.Ranitla Bonella, de 23 anos, morreu ao ser atingida pelo carro dirigido por Tharciso, na época com 38 anos, em um trecho urbano da BA-001, em Ilhéus, quando atravessava na faixa de pedestres.

O empresário, que dirigia um carro da marca Mercedes-Benz, deixou o local logo após o atropelamento e não socorreu a vítima. Ele alegou, em depoimento dado à polícia dias após o atropelamento, que não ficou no local por medo de ser agredido.

Tharciso foi preso em julho do ano passado, mas teve um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no final de agosto do mesmo ano. (Com informações do RadarNews)