O prefeito Capitão Azevedo vai tentar convencer os conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) de que aquilo que parece uma farra orçamentária na verdade era reflexo do estágio pré-falimentar dos serviços públicos no início do governo, a exemplo da coleta de lixo, e uma situação de iminente epidemia de dengue – que, meses depois, veio a se confirmar.

Para a “Missão Impossível”, escalou o controlador Rubem ‘Cruiser’ Piroppo, que já afinou o discurso. Vai atacar com argumentos apocalípticos e colocar Azevedo como mais uma vítima de mais uma herança maldita do ex-correligionário Fernando Gomes, prefeito que deixou o cargo no fim de 2008. Detalhe: Azevedo era seu vice.

Mas, cá pra nós, em que pese a torcida pessoal para o sucesso de qualquer governo que se instale em Itabuna, pelo bem coletivo, não dá para tirar da atual gestão a responsabilidade por tudo o que aí está. Inclusive – e principalmente – pela famigerada herança maldita.

Isso porque, segundo foi registrado na crônica política recente, Azevedo se recusou a fazer uma transição de verdade, cobrando documentos, processos etc da administração que saía. Por outro lado, deixou a coisa correr frouxa, aceitou a indicação de Carlos Burgos para seu secretariado com grande antecipação e, ainda, o nemoeu para a milindrosa tarefa de coordenar a transição.

Ou seja, aceitou do ex-prefeito Fernando Gomes a proposta de porteira fechada, sem atentar que o passivo que lhe seria imposto era ‘inadministrável’.

Agora, é torcer para que o TCM aceite os argumentos do mago Rubem, se não quiser depender dos ávidos vereadores de sua base para reverter a rejeição no julgamento político. E, não custa nada, cuidar dos números de 2010, já que não colará no próximo ano o argumento da maldita herança.

Se bem que de algumas cabeças naquela prefeitura é bom não duvidar de que esse argumento possa ser repetido em 2011…