Centenas de moradores deverão deixar suas casas nas áreas que serão atingidas pelo Porto Sul, na Zona Norte de Ilhéus. Como sempre ocorre em processos como esse, as desapropriações geram protestos e desespero, ainda que a indenização dos imóveis seja por valores justos.

Pequenos comerciantes, por exemplo, lamentam a obrigatoriedade da mudança brusca, alegando que mesmo com o dinheiro que possam receber da indenização não conseguirão, em outro local, refazer sua freguesia, as amizades nem continuar com a mesma renda que hoje percebem. Aliás, não se sabe sequer se as indenizações cobrirão os valores de mercado dos imóveis.

Um grupo desses moradores está organizando uma manifestação para esse sábado. O objetivo será protestar contra a forma de retirada a que estão sendo submetidos. Das casas que serão obrigados a abandonar, só poderão levar as telhas, segundo contam.

Ontem, o governador Jaques Wagner foi recebeu do presidente da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Fialho, a informação de que o Porto Sul terá classificação de “Porto Verde”, um título que demonstra a preocupação com o meio ambiente durante sua construção.

Resta agora negociar a rendição das pessoas que moram nos seus arredores, partes integrantes do meio ambiente que está se buscando preservar durante a construção.