Por Gervásio Lima| [email protected]

É cômodo assistir, ouvir ou ler as notícias sobre denúncias de corrupção nas mais diversas áreas e esferas públicas do país. Achar normal o que já se tornou corriqueiro, no dia-a-dia das pautas das redações dos meios de comunicação, é uma clara demonstração da falta de cultura, do ponto de vista político e de cidadania.

Demonstração da insensatez provocada pelo vício do assistencialismo imposto pelos maus políticos ao longo dos tempos, desde a época do coronelismo, no caso da Bahia.

A prática da compra do voto blinda vários políticos das cobranças dos seus eleitores, pois para os que fazem uso deste crime nada deve pelo que foi comprado, e pago. Isto é apenas um dos diversos fatores que contribuem com a malversação do erário público.

Quando o indivíduo passar de corruptor para fiscalizador será beneficiado com ações que venham melhorar sua condição de vida, como acesso a educação, saúde, cultura, lazer, infra-estrutura e outros.

Muito já foi feito. O país implantou a democracia de fato e de direito através do voto direto e da nova Constituição, tem moralizado algumas instituições como o judiciário e a Polícia Federal e, mesmo que timidamente, punido também alguns políticos corruptos.

Para um país onde o que prevalecia o "quanto pior, melhor", as mudanças ocorridas são um marco para a sua história; mas para que essas mudanças continuem acontecendo a população, principal beneficiada com a moralização, deve fazer sua parte.

Sendo assim, as informações captadas através dos noticiários devem servir como elementos para a emancipação da sua consciência política. Forte é o povo, que tem o poder de colocar e tirar através do voto àqueles que se confiou o mandato eletivo. Agindo desta forma, este povo será responsável em estabelecer a ética nacional.

Gervásio Lima é jornalista e historiador, formado pela Universidade do Estado da Bahia