souto ptnO ex-governador Paulo Souto (DEM) foi a grande estrela da inauguração do Diretório Municipal do Partido Trabalhista Nacional (PTN), hoje à noite, em Itabuna. Depois de exercer a atividade que mais lhe agrada nos últimos tempos – descer a porrada no governo Wagner e jurar que não estava fazendo campanha – ele concedeu entrevista ao Trombone.

Na rápida conversa, mais pancadaria no governo e fuga de questões "políticas". Mas, provocado, mandou um aviso ao ex-prefeito Fernando Gomes. "Eu o ajudei bastante em seu governo. Cada um faz o que entende, mas, se ele pensar um pouco, entenderá de que lado deve ficar".

Leia os principais trechos.

O senhor continua criticando a política de segurança do governo Wagner. O que poderia ser feito para melhorar essa área?

Esse governo não conseguiu enfrentar a questão da segurança pública. Pior, está cortando [investimentos] num momento em que a violência cresce. Falta combustível, faltam instalações adequadas para a polícia. Então, a primeira coisa é fazer um plano de combate aos homicídios. Porque não é brincadeira. Se você pegar a taxa de homicídios em Itabuna, a cada 100 mil habitantes, é maior do que Rio, São Paulo e outras cidades. Precisa também motivar as duas polícias, transmitir a elas, com autoridade de governo, a importância que elas têm, mas dar instrumentos para que elas possam, efetivamente, trabalhar. Não adianta exigir sem dar instrumentos para que a polícias possam trabalhar.

Como o senhor analisa a movimentação que o governador deu nos comandos de vários batalhões e companhias da Polícia Militar?

Eu não sei exatamente o que motivou essas trocas de comandos. Fico esperando e torcendo para que não tenha sido uma movimentação meramente eleitoreira, às vésperas das eleições. Mas tem que dar os instrumentos para que a polícia possa trabalhar. Se não, não adianta. O índice de homicídios na região metropolitana de Salvador cresceu 68% nesses últimos três anos. Isso é uma coisa muito grave.

E como estão as negociações para a composição de sua chapa?

Essas questões serão resolvidas no momento exato. Já temos dois nomes na chapa, definimos o nome de José Ronaldo para o Senado, ele que foi um grande prefeito em Feira de Santana e tem todas as condições para representar a Bahia no Senado da República. Mas essas coisas serão definidas sem pressa.

O ex-prefeito Fernando Gomes, que é de seu partido, resolveu apoiar o pré-candidato do PMDB ao governo. Como está essa situação?

Não quero discutir isso. Isso é uma coisa de cada um, de acordo com a sua consciência.  [Depois, já querendo discutir, continua:] Agora, eu tenho plena convicção de que Itabuna sabe exatamente o trabalho que eu fiz aqui, inclusive quando ele era prefeito, nas duas vezes. Eu vou trabalhar, com meus amigos de Itabuna, para que tenhamos aqui um bom resultado.

Falou-se em expulsar o ex-prefeito do partido. O senhor estaria disposto a reconsiderar a posição do DEM nessa questão?

Eu não me recuso a conversar com ninguém. Acho até que, se ele pensar um pouco, vai entender de que lado ele deve ficar nessas eleições.