Há 15 dias o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães rejeitou a exclusividade para atendimento da Covid-19, quando a unidade já estava adaptada para o recebimento dos pacientes de Itabuna e região. Depois disso, por determinação do prefeito Fernando Gomes e do secretário da Saúde, Uildson Nascimento, trouxe do volta do Hospital Costa do Cacau seus pacientes comuns para convívio com os que chegassem acometidos pela nova enfermidade.

Nesse meio tempo, recebeu, via decisão judicial, mais de R$ 7 milhões (veja aqui), sem contar com os R$ 8,9 milhões do Ministério da Saúde, que caíram na conta da prefeitura na segunda-feira (14). E o que fez o HBLEM? Segue “treinando” a equipe, ensinando a “lavar as mãos”. É o que diz o próprio hospital, em seu site: “No Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, profissionais da equipe da Educação Permanente e CCIH continuam promovendo ações para os profissionais de saúde para atuação nos casos suspeitos de infecção pelo novo COVID19. E essas ações estão relacionadas principalmente com a higienização das mãos, com água e sabão ou fazendo uso do álcool gel a 70% no ambiente hospitalar”. Leia aqui

Não se sabe se essa orientação, do treinamento ad aeternum, é da nova coordenadora de Média e Alta Complexidade (MAC), Fabrícia Costa, que, por sua vez, tem total apoio do secretário Uildson Nascimento, que a promoveu da coordenação do Cerpat para um dos cargos mais importantes na estrutura da Saúde municipal. Se não tem importância para o grande público, é estratégico para a gestão. É ali onde se controlam os milhões de reais que correm pelos dutos da máquina municipal da saúde. Que, nesse momento, está preocupada em ensinar enfermeiro a lavar as mãos – algo que aprendem nos primeiros dias de curso.

A cidade ainda aguarda apresentação do Plano de Ação para enfrentamento à Covid-19 no município. Aguarda, igualmente, uma convocação – ou convite – do secretário, para que explique, aos vereadores e à sociedade, o que pretende fazer com tanto dinheiro em caixa – somados os repasses do ministério da Saúde e da decisão judicial, esse montante chegaria a mais de R$ 24 milhões – fora o financiamento normal, que o município já possui e que vinha sendo usado no dia a dia.

Por enquanto, o silêncio é a resposta mais eloquente do secretário. Talvez esteja fazendo curso intensivo de lavagem de… mãos!