Do Brasil 247

O deputado Waldir Maranhão poderá anular o golpe de Eduardo Cunha contra a presidente Dilma Rousseff. Após decisão de Supremo Tribunal Federal de afastar Cunha, caberá agora ao novo presidente da Câmara, Waldir Maranhão, avaliar um recurso de Dilma para anular o impeachment. 

Em petição de 25 de abril, o advogado-geral José Eduardo Cardozo requer que os autos do processo voltem à Câmara e que seja declarada a nulidade da votação.

“Com uma canetada, Maranhão pode agora levar o impeachment à estaca zero”, diz um aliado Cunha, segundo a colunista da Folha (Painel) Natuza Nery.

Maranhão votou contra a deposição da presidente.

O advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira (5), que vai pedir a anulação do processo de impeachment contra Dilma com base no afastamento de Cunha. "Nós já estamos pedindo e vou pedir. A decisão do Supremo mostra clarissimamente. Indiscutível. Eduardo Cunha agia em desvio de poder", afirmou Cardozo.

O governo alega que Cunha deu andamento ao processo de impeachment de Dilma após o PT se recusar a participar de uma manobra para evitar sua cassação na Câmara.

Para ler a coluna Painel (Natuza Nery), clique aqui.

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Em tempo: Waldir Maranhão (PP-MA) já havia se tornado a figura mais controversa do golpe no dia da votação na Câmara (27/4). Aliado das bramuras de Cunha, votou contra o impeachment a pedido do governador do seu estado, Flávio Dino (PCdoB). Diz-se, nos bastidores, que tem a promessa de apoio do governador a uma cadeira no Senado, em 2018. Se assim for, Dino ainda poderá escrever seu nome na história como o homem que matou dois facínoras (esse filme, porém, teria um final de realismo fantástico: um dos facínoras ressuscitaria e viraria o Macunaíma do Maranhão (como o outro, de Mário de Andrade, um heroi sem caráter…)