livro de danielO jornalista Daniel Thame acaba de cumprir mais uma daquelas três tarefas que todo homem se propõe a realizar, cada uma a certa altura da vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.

Dessas, a mais fácil, plantar uma árvore, deve ter sido cumprida ainda na adolescência – ele tem cara de que plantou, pelo menos, uma mudinha de ca… cacau, em um xaxim.

A outra, certamente a mais prazerosa, diz respeito a ter um filho. Teve duas, Sarah e Hanah, suas paixões.

Faltava a terceira, a que certamente daria mais trabalho, mas que também proporcionaria um grande prazer, que foi escrever um livro sobre as agruras vividas pela região depois de conhecer a vassoura-de-bruxa, doença que dizimou a produção de cacau e esfacelou a economia do sul da Bahia.

Mas, em se tratando de Thame, não se deve esperar um livro sobre sofrimento de novela das oito. É um sofrimento que dá prazer, no sentido menos masoquista da expressão. Dá prazer de ler, pelo texto leve, pelas palavras bem colocadas, por este que é um dos maiores domadores de palavras que este blogueiro já conheceu.

E, pelas situações inusitadas, pelos absurdos – pois que são histórias fictícias, mas perfeitamente verossímeis -, por se tratar de Daniel, uma obra dessas só poderia ter um título desses: Vassoura.

Uma confissão: essa "análise" de Vassoura é cometida apenas pelo conhecimento que este blogueiro tem do estilo thameano de retratar essa região que ele adotou e que foi por ela adotado. É também um desejo de encontrar Thame em seu melhor estilo nas páginas de sua primeira obra.

O lançamento de Vassoura é daqui a pouco, no Centro de Cultura Adonias Filho. E é pra lá que vamos, depois de publicada essa nota.