Adylson MachadoQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

                                                                              

Utilidade pública

Se querem tirar o australiano de circulação, disponibilizamos mais informações. Acesse, em primeira mão o conteúdo de http://cartacapitalwikileaks.wordpress.com/, em português.

Lula

A presença de Lula em Ilhéus para lançar a Ferrovia Oeste-Leste configura um salto que somente será dimensionado no futuro. Primeiro passo, depois da crise, da retomada de um ciclo de grandeza para quem já foi 70% do PIB baiano e só o cacau, no final dos 70, a segunda pauta das exportações brasileiras.

Lomanto Júnior ficou imortalizado no imaginário ilheense por inaugurar a ponte Ilhéus-Pontal, em 1965, caminho para conquistas do litoral sul, que se expandiram na própria realização da BA-001.

Lula e Wagner o serão pelo que acabam de escrever.

HBLEM I

mobilização hblemLemos neste O TROMBONE sobre mobilização em Itabuna clamando pela estadualização da gestão do Hospital de Base. “É uma questão de humanidade” – sinaliza o representante classista Raimundo Santana. Raramente um clamor desse peso, apropriado pelo que se passa com o gigante que já foi referência regional em favor da vida e torna-se estradeiro da Morte.

O que faz o Prefeito Azevedo segurar tamanha indignidade? Defende um punhado dos que se beneficiam com a tragédia alheia?

Estamos, ainda, acreditando que Sua Excelência não saiba da gravidade que comete contra populações inteiras de desvalidos e desfavorecidos obrigados a buscar o HBLEM.

Se o sabe, então esqueceu seu compromisso com a defesa da vida e tende a tornar-se o algoz em busca do triste fado de competir com a Morte para ver quem mata mais.

HBLEM II

Jogar as cartas da política tendo como estampa a vida humana é a maior das desumanidades. A falência da administração pública, não em si mesma como expressão de um ente governamental, mas da indignidade e da mesquinhez humana.

“Uma questão de humanidade”

Este o mais feliz (?) e apropriado título para uma campanha em defesa do HBLEM. Clemência e compaixão, o que se espera de dirigentes originados da espécie humana no trato de tão delicado caso.

Para quem tem coração “Uma questão de humanidade” simplesmente é tudo.

Dilma, a presidente

Não se negue que a manutenção da taxa SELIC, a que alimenta a banca e a usura financeiras, pode se dever ao posicionamento da futura Presidente direcionando à política do novo governo para os juros.

Anunciava-se, aos quatro cantos, a necessidade da escalada dos juros, para conter a demanda e, portanto a inflação – invenção que determinada escola econômica desenvolveu para sustento de banqueiros e especuladores – o que justificaria o aumento de até 0,75% na SELIC. Não ocorreu.

Dilma Rousseff começou a governar(?).

Viu e não gostou

relatórioO semblante da Dra. Thiara Rusciolelli Bezerra, Promotora de Justiça recebendo aquela encomenda originada na Câmara Municipal, denominada jocosamente de Loiolagate e pelo dito investigado também entregue, não deixa dúvida: não está nada satisfeita. Certamente por ter que posar para uma foto que tem origem no ridículo e que se torna mais ridícula com fisionomias sorridentes para um caso de polícia.

Fez muito bem Dra. Thiara em não abrir concessões e arreganhar os dentes, como os dois vereadores. E não deixou de ter uma postura elegante e civilizada: afinal, bem poderia ter determinado foto só com o funcionário do protocolo.

No cumprimento do dever certamente fará muita gente deixar de sorrir!

Hienas

Não deixa de ser provocante e desrespeitosa a dentaria na mão. Mas, os vereadores da foto nos remetem àquela piada, em torno do gargalhar da hiena: come carniça e restos e faz amor uma vez por ano. Contraponto: ri de quê?

Pode ser, também, que o material seja malcheiroso, razão por que a Promotora não riu. Ela não é hiena.

Jorge de Souza Araujo

Este grande ensaísta, para nós o mais prolífero nesta contemporaneidade brasileira, palestrou e autografou no I Colóquio Internacional de Literatura Baiana – Identidade, Território, Utopia, realizado pelo Departamento de Letras da UESC, no Auditório Paulo Souto nesta sexta 10.

Com uma produção quantitativamente avassaladora – publicou de três a quatro títulos a cada um destes últimos anos – a qualidade investigativa de suas proposições trazem a lume obras e autores singulares.

No prelo uma retrospectiva absoluta da Literatura Baiana, que pesquisa há 20 anos – em três volumes – garimpando-a desde Gregório de Mattos.

O náufrago Jorge de Souza Araujo

Jorge AraujoJorge escreve avidamente. Dorme cedo e ao sinar a meia-noite está trabalhando. O autor de “Florações de Imaginários” (Via Litterarum) escreve como um náufrago.

O escrever é sua tábua. Concluir obras, a salvação. Até a última fração de oxigênio, como desesperada oportunidade de manter-se vivo.

Cyro de Mattos não se emenda

Não bastasse a ausência de projetos e a confirmada incompetência para amealhar recursos estaduais e federais, Cyro está a transformar a sede da FICC em ponto de venda para os livros seus. Confessa-o no AGORA do dia 2 (“Aula Viva da Uneb inclui a FICC no roteiro”): “O encontro foi encerrado com uma sessão de autógrafos, quando 32 obras do escritor foram adquiridas pelos visitantes”. No mesmo jornal, dia 8, divulga festividades natalinas com ilustração da “Paixão de Cristo”, evento há muito realizado.

Enquanto projetos das novas gerações são relegados ao lixo, punidos pela vaidade de Cyro, que os tem como insignificantes, dinheiro da FICC não falta para a promoção pessoal.

E, considerando a matéria, a vaidade o fez perder a noção das coisas e enveredar por caminhos que ferem a moralidade administrativa ao utilizar recursos públicos para promover seu nome e sua obra.

Quando nada, como o primeiro texto não declina a data em que o evento teria ocorrido vislumbra-se que o presidente da FICC está acometido de grave doença, a SNA – Síndrome da Necessidade de Aparecer, muito comum em quem só pensa em si mesmo.

Narciso perderia o espelho

Em que pese uma editora em Itabuna – a Via Litterarum – com cerca de cem autores publicados, a Editus, da UESC, com centenas de publicações, Cyro de Mattos não vê na FICC divulgadora de autores locais.

Para Cyro a literatura em Itabuna é Cyro, Cyro, Cyro… de Mattos, o grande!

Aliás, um Jorge de Souza Araújo é para Cyro apenas um emergente. Dizer o quê diante de tanta vaidade?

Ainda bem que Narciso não precisa dele.

Escárnio

A FICC nunca dispõe de recursos para novos autores, para incentivar novos talentos. Tudo é gasto em proveito do presidente. Um verdadeiro escárnio com a Cultura de Itabuna, tolerada pela paciência franciscana do Prefeito José Nilton Azevedo.

Mas o que causa a SNA do Presidente da FICC são os rumores de que estaria na palha de banana para integrar a lista de reformulação do secretariado de Azevedo, a partir de janeiro.

Habemus spes.

Dave Brubeck I

No último dia 6 Dave Brubeck celebrou 90 anos. Sua contribuição ao jazz é incomparável, considerando a dimensão estética que ofertou à arquitetura do som de New Orleans.

Sua influência alcançou outras escolas, inclusive a de Widmer aqui na Bahia, com destaque para Aderbal Duarte, onde Brubeck se faz sentir em composições gravadas no antológico Sexteto do Beco (1979).

A gravação abaixo, em que pese primorosa diante da qualidade dos executores – destacamos o agudo do trompete, talvez numa quarta oitava – remete a conhecermos melhor a peça no trabalho original, de 1961.

N.E. Arrepios e lágrimas com o sublime trumpete, irmão menor e mais ‘nervoso’ do trombone.

Dave Brubeck II

Quando os meninos no Brasil da Zona Sul carioca ensaiavam os passos da Bossa Nova, inspirada em muito na harmonia modal levada a eles pelo baiano João Gilberto, mesclando-a com experiências do jazz e do impressionismo, Dave Brubeck introduzia compassos ousados na tradicionalidade jazística (como aquele em cinco, em Take Five), como já se vê nos idos de 1961 na gravação do Dave Brubeck Quartet (abaixo).

Todos se encontrariam logo depois nos Estados Unidos. A partir do Carnegie Hall, em 1962.

Márcio Thadeu

Volta a Itabuna Márcio Thadeu, dias 20 e 21, no Centro de Cultura Adonias Filho. Imperdível.

Esperamos contar com “Corta Jaca”, de Chiquinha Gonzaga, no repertório.

Exame da OAB I

As falhas no exame da OAB não receberam a atenção da mídia no mesmo diapasão que alcançou as do ENEM. Se a OAB fosse apêndice do Governo Lula estaria exigindo anulação e aplicação de novas provas para não ferir a isonomia.

Mas, como a isonomia é a dos outros… fica como no dito popular: é refresco!

Exame da OAB II

Mais de 100 mil inscritos. 200,00 cada. Muitos tomam dinheiro emprestado para inscrever-se. Temos que uma indústria se instalou no Brasil e com poder de influenciar outras graduações. O absurdo em tudo isso reside no fato de que, até agora, a graduação em Direito é a única que não habilita o graduando ao exercício da profissão. O estudante de Medicina conclui o curso e não leva uma semana já está com sua inscrição junto ao Conselho habilitando-o à atividade. O que ocorre com todos os demais cursos.

Exame da OAB III

A prestação jurisdicional cada vez mais sofrível, com raríssimas exceções. Se a alegada “qualificação” do advogado decorresse de haver sido “avaliado” pela própria OAB, o que já ocorre praticamente há dez anos, e significasse a tão decantada “qualidade” para o profissional do Direito teríamos no Brasil a melhor prestação jurisdicional, considerando que para ser juiz é necessário ser advogado.

Portanto, é falaciosa a alegação de que se está avaliando a qualidade do profissional de Direito que ingressa no mercado.

Exame da OAB IV

Vemos uma indústria montada por trás do exame da OAB. Cursinhos preparatórios – uma desmoralização para as faculdades de Direito – apostilas, livros voltados especificamente para o Exame (Direito das Sucessões para o Exame da Ordem, Direito Penal para o exame da Ordem).

Particularmente isso nos cheira a estelionato.

Israel = China

Comentário a “Wikileaks: EUA seguem ditadores e tratam Dilma como a ‘Joana D’Arc da subversão’”, em http://www.conversaafiada.com.br , assinado por Maria Líbia Faria Spina no dia 10 de dezembro:

Mordechai Vanunu, judeu, técnico da central nuclear de Dimona e que, em 1986, deu detalhes do programa nuclear de Israel, ganhou o prêmio da Liga Internacional Alemã dos Direitos Humanos, mas foi proibido pelo governo israelense de viajar para Berlim para receber a Medalha Carl Von Ossietzky. Ele ficou 18 anos preso, 11 deles numa cela solitária, em 2004 foi libertado. Está impedido de mudar de residência, entrar contato com estrangeiros sem autorização prévia e de deixar Israel. A Medalha seria entregue hoje 10/12. A cerimônia foi cancelada”.

Essa tal de Maria Líbia deve ser agente do “eixo do mal”, falando assim de Israel. Tudo mentira! Como o genocídio do povo palestino, a instalação dos assentamentos e colônias em território palestino, a construção do muro, o bombardeio do navio turco, desobediência às determinações da ONU, massacre de ativistas como o da jovem americana esmagada por um tanque israelense! Tudo mentira.

Diferentemente da China, onde tudo é verdade!

O PDT no colo de Wense

wenseO controle do Diretório do PDT em Itabuna pode retornar a Marcos Wense. Entendimentos nesse sentido estariam em andamento, coordenados por um deputado eleito recentemente.

Pelo andar, lembrando de nosso rodapé na edição anterior (“2012 não será 2000”) o petismo dependerá de muito jogo de cintura em nível estadual e federal para reencontrar o velho companheiro.

Afinal, como vivenciou o próprio Wense – e deve ter aprendido a lição, caso contrário não aceitaria retornar à direção partidária – quem controla o Diretório Municipal é o cacique: estadual ou o federal.

Magoou

Não sabemos o que justificou a tentativa do vereador Wenceslau Junior ocupar o palanque oficial, na visita do Presidente Lula a Ilhéus, sabendo do quão rígido é o Cerimonial em tais momentos. De última hora, nem a pedido do próprio Lula.

De nossa parte, se a notícia vazou e se Wenceslau não desmente, está marcando posição para 2012, alimentando álibi para oportuno não a alguma composição.

Depois de tudo

Rir pra não chorar!

traços

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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de “Amendoeiras de outono” e ” O ABC do Cabôco”, editados pela Via Litterarum