Adylson MachadoQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  

Adylson Machado

                                                                              

Pior do que o soneto

Dão como favas contadas a saída de Cyro de Mattos da Presidência da FICC. Considerando os defeitos todos de Cyro, incompetente na gestão do órgão justamente pela visão individualista dissociada da realidade cultural de Itabuna, a sua saída é um avanço.

No entanto, transformar a FICC em balcão de negociação política – o que pode se consumar –, reflete descaso para com o mundo artístico local.

Cyro, quando nada, tem o currículo de escritor.

Emenda pior do que o soneto.

Brrrrr!

Causando frisson e tremeliques em alguns setores o fato de Lula anunciar criação de um instituto que terá o seu nome. Mais enervante ainda o anúncio de que receberá 200 mil por palestra. Mais grave, teria sido “convidado” para Davos.

E ninguém lembra do Instituto FHC – que de imediato recebeu 7 milhões dos empresários amigos – e que o “príncipe” também recebe por palestras. Ah! quão injusto esse país para com sua intelectualidade!

Dramático e enervante mesmo é saber que esse tal de Lula é nordestino e ex-operário. E que ninguém lembrou do “príncipe” para Davos, nem no colunismo social!.

Sorry periferia, como diria Ibraim Sued.

Escolhas de Burgos – não sair da prefeitura

burgosDe uma secretaria para outra é a afirmação de que Burgos tem lugar cativo no geral, dependendo de sua escolha o particular. Por sinal, nada mais justo. Afinal, Burgos esteve em tempos difíceis com Azevedo, assim como Maria Alice. E conseguiu apoio financeiro para a campanha quando ninguém acreditava nela.

Que o digam alguns chorosos empresários locais.

Escolhas de Burgos – não advogar

Tempos houve em que se montava um feudo junto a setores do Judiciário. No momento – a tomar-se o que acontece em Itabuna – membros do Judiciário estão às turras com a advocacia e alguns advogados. Essa a provável razão de Burgos dispensar a advocacia, onde fez nome e fama.

Principalmente quando habeas corpus não sai e o cliente curte férias não planejadas… e prolongadas.

Piada

Geraldo Simões estaria rifando Marcão. Ouvimos de um indignado amigo do possível rifado, político regional de expressão e experiência, que Geraldo estaria aberto a admitir outro nome (o citado foi o de Dr. José Henrique) para assumir a DIRES em Itabuna.

Considerando a amizade, respeito, sinceridade e outros atributos de Marcão, acreditamos que a indignação do político não passe de uma piada.

O que não é piada

GS não tem mais o mesmo espaço e densidade eleitoral em Itabuna. Prova-o a votação em 2010, reduzida em 12 mil votos. O que pesa para seu projeto político e implicaria até mesmo em dispensar a cabeça de chapa da próxima majoritária – o que não admite.

Com a redução do espaço – e alimentado com a maior rejeição, caso Fernando Gomes e Azevedo não se ponham no páreo – terá que abrir mão em favor de outras lideranças que possam aliar-se ao projeto PT/2012.

E nesse caso Satanás se torna querubim, com direito a tapete vermelho. O que não é piada!

O que poucos lembram

Não se completaram bodas de flores da assunção. Mas, Marcão – leia-se aí, PT – não foi guindado a DIRES local sem luta. Muito se falou de nomes estranhos ao partido. Alguns dentre os que voltam ao palco das especulações.

Mas, não se duvide: Geraldo é o Partido dos Trabalhadores em Itabuna. Assim, em defesa do PT (ops! de Geraldo) amigos fiéis continuarão amigos. Sempre fiéis! É assim que GS gosta.

Quem não gostar…

Obama

Anuncia visita ao Brasil. Nenhuma bondade. Expectativa de vender seus aviões – recusados por Lula, que tinha suas razões – e agradar os conservadores, que dominam a indústria da guerra e são o grande trunfo do Partido Republicano.

Até onde Dilma irá, ao reabrir a discussão condicionando à liberação pelo Congresso americano da transferência de tecnologia?

Adroaldo suplente

AdroaldoConsiderando nossa observação no último DE RODAPÉS E DE ACHADOS, de que o nome de Adroaldo Almeida, Prefeito de Itororó, integrando a diretoria da UPB seria um quadro de Geraldo Simões naquela entidade, possibilita dimensionar a força do político itabunense no confronto com Luiz Caetano.

Conseguiu a suplência no Conselho Fiscal.

Da região o mais prestigiado foi Moacyr Leite, de Uruçuca, que talvez não leia na cartilha de Geraldo.

Não faltará avaliação que venha a considerar a existência de alguma traição nos bastidores. Para nós, a presença de Adroaldo era a presença de Geraldo Simões. Daí o cargo. O resto… é o resto

Mas, cá pra nós, essa região cacaueira não está emplacando nem primeiro escalão da UPB.

Adroaldo prefeito

Não anda sob o melhor dos astrais a imagem de Adroaldo Almeida como Prefeito em Itororó. As finanças do município parecem longe do minimamente recomendável: crédito não há no comércio nem para lâmpadas, cópia de chaves etc…. Para nada! Ninguém vende fiado à Prefeitura.

Adroaldo no rádio

Reproduzindo a experiência federal (Lula), a estadual (Wagner) – por se tratar de petistas – o prefeito Adroaldo Almeida também tem seu programa de rádio numa FM local. Tudo sob controle no paraíso em que se tornou Itororó sob sua administração.

Parte considerável da população pensa estar em outro mundo e já confunde real com libra esterlina, libra com ouro. Tudo caindo dos céus… Até ser encerrado o radiofônico.

Que é reproduzido em competente release para a imprensa regional.

Adroaldo X Geraldo

Conversa curta. Análise exposta. Adroaldo desgastado em Itororó. Suplente na UPB, como quadro de Geraldo Simões.

Prestígio é isso aí!

Tomando as rédeas

O poder não se transfere, afirmava-o Juscelino Kubitschek. Esse o nó górdio da administração Azevedo, até que dê dois murros na mesa e diga “aqui quem manda sou eu”. Mostrar quem é dono da caneta. Bom seria que a utilizasse mais em favor da competência que do arranjo político, que melhor denominado seria conluio de interesses muitas vezes escusos.

Perdendo as rédeas

A maior incompetência que o governo Azevedo demonstrou, através de assessores a quem transferiu o poder, ocorreu ainda na transição, quando dispensou a lei (editada por Fernando Gomes para sua terceira gestão e mantida por Geraldo Simões em sua segunda) que autorizava reforma administrativa por decreto.

Pode até parecer absurdo sob certos pruridos: a caneta do Prefeito manusear sponte propria a máquina administrativa sem anuência da Câmara. Isso no plano moral, porque no legal a própria Câmara autorizara.

O que fez a inteligentzia azevedista? Revogou a lei. E tornou-se refém da Câmara. Se pretender qualquer alteração na organização administrativa da Prefeitura. Antes, com um decreto resolvia; hoje precisa negociar e convencer o Legislativo.

Se a edição da lei pareceu absurdo maior ficou a sua revogação.

Do meu baú I

Parodiando Eduardo Anunciação transfiro uma informação fidedigna, pelas duas fontes: uma – o escriba –, outra, a dupla que será citada adiante. Tudo começou ao encontrar o vídeo abaixo, com pérolas de Cascatinha e Inhana, dupla que conhecemos pessoalmente no tempo em tocávamos no conjunto (hoje chamam de “banda”) “Os Curiangos” e ganhávamos uns garangaus também em cabarés (hoje, “boites”) e circos. E num circo – que depois soubemos, lhes pertencia – conhecemos a famosa dupla de “Índia”, “Meu Primeiro Amor”, “Colcha de Retalhos”, “Meu Cafezal em Flor”.

“Índia”, no entanto tem para nós uma outra identidade e reflexão: quem a lançou? Quando trabalhamos como locutor de serviço de alto-falantes tocávamos um 78 rpm de Maru e Marilda, com a gravação famosa, datada de 1946, o que nos levava à dúvida: quem primeiro gravou.

Do meu baú II

Nos idos de 1967 anunciamos como locutor a apresentação de Maru e Marilda em Iguaí (onde também comandávamos um programa de calouros). Conversamos pouco, falamos da gravação. E a conversa por aí. Notamos apenas que Marilda fez um ar de tristeza.

No ano seguinte, estávamos já vivendo de música em Monte Alegre da Bahia (atual Mairí) e lá nos aparecem Maru e Marilda, desta vez donos de um circo. Lugar pequeno, aprofundamos amizade, fazíamos “ponto” no teatro do circo (“A Louca do Jardim” era o maior sucesso), interpretávamos (que Deus tenha dó!) Roberto Carlos na parte de variedades. E durante a tarde estávamos de prosa com eles.

Um dia retomei a lembrança de que tocara “Índia” gravada por eles (selo TodaAmérica).

Marilda entristeceu e Maru então desabafou: a primeira gravação de “Índia” fora deles. Posteriormente Cascatinha adquirira a gravadora, que passava por dificuldades, e relançou o sucesso. Que ficou como lançamento deles.  

Como não dispomos da original, em homenagem a Maru e Marilda, a gravação com Cascatinha e Inhana.

Cultura na rede

A 2ª edição do eletrônico Jornal Itabuna Cultural & Arte, editado por Ari Rodrigues – e-mails para [email protected] – destacando “A História do Pasquim”, um texto do filósofo Ney Akyw, “Um dedo de prosa com Eva Lima” – entrevistando o global ator itabunense Oswaldo Mil – e uma gama de informações.

Confirma a edição o “1º Carnaval Cultural de Ferradas”, que integra o projeto “JORGE, 100 anos AMADO”, desenvolvido pela ACODECC e ACARI.

Davidson

Temos informações de que Davidson Magalhães pretende inserir-se nos projetos culturais em torno do universo de Ferradas.

Bem vindo!

Soa estranho

Os que conviveram com o mundo da Música a conheceram “de ouvido” ou “de artinha”. A primeira traduzida da sensibilidade auditiva que fazia o artista tocar sem saber que era a primeira nota da escala musical, mas tinha a certeza de que era aquele o som que correspondia ao que ouvira. A segunda, os que debruçavam sobre a teoria descobrindo e dominando notas, compassos, divisões, sinais e símbolos.

Assim acompanhamos essa coisa de chamar a chefe de governo de presidenta.

Como nunca chamaremos uma mulher que gerencie alguma coisa de “gerenta” também não acolhemos “presidenta” para Dilma. Ainda que afirmem ser dela a iniciativa e tenha gente se babando em elogios pela maravilha de inovação. Para nós uma tremenda bobagem. Com o ridículo incrustado: de que valoriza a identidade feminina.

Como soa estranho, desafina!

Temeridade

De contornos temerários o declarado pela Juíza Cláudia Panetta, se observado pela sequência posta na matéria do A TARDE, assinada por Camila Oliveira, da Sucursal Itabuna. Colocar ordem na comarca remete a compreender-se que juízes que a antecederam contribuíam para a desordem; insinua perigosamente (terá provas?) em torno da relação de Andirlei com a escrivã Sadia, acusada de favorecer criminosos à custa da corrupção, por aquele estar como testemunha (não testemunho) dela.

Saulo Pontes

Devaneio diante das afirmações tipo Saulo é daquele partido, Saulo é fruto da indicação de fulano e por aí.

O que nos interessa é que o engenheiro Saulo Pontes é competente! Antes no DERBA, depois no DNIT, novamente no DERBA.

E, acima de tudo, itabunense!

Urânia

Quando já enviávamos esta edição chegou-nos a notícia de que a poetisa e produtora cultural Urânia Azeredo Bitencourt falecera. Urânia foi idealizadora da “Feijoada Cultural”, um evento que marcou época nos anos 80 e 90 e levado a outras localidades da região reunindo e congregando artistas e poetas.

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Cantinho do ABC da Noite

cabocoA realidade político-administrativa nunca encontra consenso. As razões de cada um, menos razão e mais paixão, alimentam-se no vínculo com o partido, a pessoa, o político enfim. Como o futebol e a religião, se centro e objeto de discussão, tudo termina como começa: sem conclusão. Dia desses os humores exaltados avaliavam em considerações várias a administração itabunense, Executivo e Legislativo como alvo das diatribes. Até que o filósofo do Beco foi chamado a intervir e pacificar a contenda:

– Itabuna tem solução, Cabôco?

A palavra mote alimentou essa pérola:

– Tem sim, Cabôco… solução de bateria!

Depois de tudo

Rir pra não chorar!

traçasTraçosAdylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de “Amendoeiras de outono” e ” O ABC do Cabôco”, editados pela Via Litterarum