adylson machadoQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.

Adylson Machado

                                                                              

Hecatombe à vista!

paulo indioAté o instante em que redigíamos esta nota não tínhamos conhecimento das razões que levaram o Prefeito Nilton Azevedo a exonerar Paulo Lima, o Paulo “Índio”, escudeiro de primeira hora de uma candidatura quando se aparentava quixotesca, companheiro fiel como poucos, cuja presença, até mesmo em orações a beira de túmulos, vincula a administração atual.

A exoneração de Paulo Lima é emblemática e configura o desarranjo político da administração e a luta intestina pelo controle absoluto do poder municipal, mais do que visível, que se concentra em conquistas/gana do feudo Carlos Burgos.

Não há salvação para Azevedo!

Que seja alerta!

Ainda dentro do emblemático da exoneração de Paulo Lima, se afastada a hipótese de profunda disputa interna e de desarranjo político, seria demonstração de força do Prefeito, como alerta, aos demais membros da administração, de que somente ele, Nilton Azevedo, Chefe do Executivo Municipal, tem as rédeas do governo municipal.

Para tanto, se utiliza da exoneração de um fiel escudeiro, sacrificando na própria carne, para mostrar quem manda.

Se for pelo alerta, há salvação para Azevedo!

Em parafuso

Zé Serra continua a maratona demagógica ou, em linguagem mais amena, de promessas temerárias, ampliando-a com o anúncio de um percentual linear de aumento para aposentados de 10%. Inclua-se aos 600 reais para o salário mínimo e melhoria de todas as estradas vicinais do País (ver RODAPÉS de 18 de agosto).

Se o programa eleitoral tardar um pouco ocorrerá uma estranha afinidade político-eleitoral entre José Serra e Levy Fidélix, com o tucano incorporando a promessa de Levy de elevar o valor do programa Bolsa Família para 510 reais.

Só aguardar!

Ler é o fundamental

gustavoConcordamos plenamente com Gustavo Haun (Realidades & Ficções, DIÁRIOBAHIA de 24-27 de setembro), quando defende a leitura em sua essência: o ato de ler. A qualidade da leitura é uma conquista individual, pela experiência do ler, que pode ser alcançada ou não.

O desenvolvimento biopsíquico, neurológico, contínuo, construirá o leitor e este a qualidade da leitura, conforme oportunidades e disponibilidades oferecidas pela sociedade. Contribuirão, em muito, para o despertar da qualidade dos textos a serem lidos, a ação concreta, visionária até, de professores e orientadores, se exercerem efetivamente a leitura como sadio hábito de prazer, como lembra o grande Jorge de Souza Araujo. (Atenção revisão: é ARAUJO sem acento agudo mesmo!)

Fundamental mesmo é ler. Ainda que começando por uma bula de remédio!

Ouvidos cada dia mais moucos

Desdobramentos de Erenice Guerra em evidência. Nada sobre a espionagem tucana no Rio Grande do Sul ou cobranças sobre o andamento do escândalo do DEM no Distrito Federal.

Quebra de sigilo bancário por Verônica Serra, então aliada de Verônica Dantas, nem pensar!

Em defesa de uma imprensa livre, que se alega isenta, falta tratamento igual para todos.

Estranho no ninho

renato e fgAté onde conquista votos Renato Costa entronizado com Fernando Gomes, César Borges?

Está mais para estranho no ninho. Se liames políticos partidários recomendam respostas diante de fatos não tão distantes no tempo, fica o questionamento sobre o que aconteceu com Renato, hoje nome defendido e apoiado pela Esquerda Democrática do PMDB, que o escolheu pelo seu passado ético, dentre outras virtudes.

Espera-se, em favor do candidato, que o eleitor itabunense não o estranhe nas urnas.

Tristes fados!

Não deixa de causar tristeza quando certos articulistas, embalados em suas idiossincrasias, vendo fantasmas em tudo, enveredam pelo lugar comum de atribuir ao Presidente Lula vocação totalitária. Para eles, a popularidade do presidente desaguaria no destino de outras popularidades, como as de Hitler e Mussolini.

Parecem desconhecer as razões históricas que alimentaram o nazismo e o fascismo, inclusive em decorrência da postura das elites em cada caso.

No caso brasileiro, esquecem que Luís Inácio da Silva, se o desejasse, estaria absoluto com o terceiro mandato nas mãos, sonho de neoliberais sul-americanos, de Menen a Fugimori, e de um certo brasileiro…

Eivados de preconceito, até confundem a “pouca leitura” do eleitorado com os atuais resultados eleitorais. Quando essa mesma gente de pouca leitura elegeu e reelegeu FHC certamente era – para eles – um eleitorado erudito de fazer inveja ao primeiro mundo.

Haja dor de cotovelo!

Por uma contribuição efetiva

jorge araujoO escritor Cyro de Mattos tem se debruçado em discorrer sobre Jorge Amado, semanalmente, no DIÁRIOBAHIA (já nos “brinda” com o quinto capítulo), nada de novo expressando sobre o imortal ferradense.

Muito melhor que se voltasse para sua própria criação, trazendo-nos novos textos.

Quanto a Jorge Amado? Seria uma grande contribuição de Cyro recomendar leitura sobre premiadas obras do ensaísta Jorge de Souza Araujo (foto), em especial “Dionísio & Cia. na moqueca do dendê” (RELUME DUMARÁ, 2003) passando por “Florações de Imaginários – o romance baiano no século 20” (VIA LITTERARUM, 2008).

Redundância

O Estadão (o paulista O Estado de São Paulo, da família Mesquita) anuncia apoio ao tucano José Serra e desperta particular interesse a muitos que bem conhecem a linha editorial do jornal, tradicional “quatrocentão” a serviço das elites nacionais. No fundo, chover no molhado, fazer o que já fazia escondido na alardeada neutralidade, ofertando nova semântica para redundância.

Se antes estava “neutro” e “imparcial” devemos – agora que assumiu a candidatura tucana – esperar nevasca no Saara e siroco na Antártida.

Ou seja, o fim dos tempos! Obviamente com Lula como Satanás e Dilma comandando o Apocalipse.

Falta uma Rua Toneleros

As vivandeiras, antes dos quartéis, baixaram tanto o nível da campanha, ao se utilizarem de meios indecorosos e aéticos, que, no plano do desespero, só falta alcançar métodos extremos. A experiência atual relembra em muito a prática da UDN antigetulista, ao tempo em que denunciava o “mar de lama” no Catete e levou Getúlio ao gesto último. Coincidentemente, depois de um atentado à liderança maior da UDN, Carlos Lacerda, no até hoje mal explicado tiro que atingiu o pé do político udenista e onde perdeu a vida o major Vaz. (Lacerda sempre se recusou a disponibilizar a arma que portava para ser periciada).

Sonham por “aloprados” – Gregórios Fortunatos 2010 (certamente a capa da Veja) – que, em desespero e paixão, atentariam contra a vida de um tucano de alta estirpe?

(Se alguém estranha a ilação, o que dizer das insinuações da cúpula tucana de São Paulo, repetidas por Serra, em torno do caos recente no metrô paulista?).

Assim, para não faltar mais nada, uma Rua Toneleros!

Pragmática inconsequente

Sob o argumento de que pode haver aumento da abstenção em áreas pobres, diante da considerável perda ou furto de documentos pessoais, esboçam-se comentários e iniciativas concretas (neste particular, do PT) no sentido de buscar, às vésperas do pleito, mudança na determinação do TSE de que o eleitor comprove a sua identidade exibindo documento com foto. Acham mesmo que remota é a hipótese de alguém votar no lugar de outro.

Ah! Não conhecem os grotões deste país por aí a fora! Começando por Itabuna na eleição de 2004, para compreensão de que a história é outra: títulos foram comprados por 30, 40, 50 reais e devidamente utilizados por terceiros. Sem falar no considerável contingente de eleitores domiciliados em cemitérios e campos santos, que comparecem civicamente a todas as eleições.

Em defesa da lisura eleitoral, que somente se tornará plenamente perfeita quando implantada a identificação digital, o TSE não pode atender aos reclamos da conveniência e do oportunismo.

Depois de tudo

Rir pra não chorar!

traças