raios"Inferno astral", diriam os místicos sobre o que ocorre, nesse momento, com a Coelba. Em poucos meses, depois de implementar um programa de troca de geladeiras para a comunidade carente, o que parecia ser a melhor ação de uma concessionária de serviço público para com seus clientes, a empresa passou a figurar em toda a imprensa como a grande vilã da Bahia. Se brincar, ‘ganha’ até para a Oi, aquela que sempre deixa os ‘ligadores’ mudos quando eles mais precisam.

Hoje, as quedas de energia passaram a ser noticiadas e comentadas à ‘velocidade da luz’, depois da chegada dos blogs – e da popularização do notebook, o que permite a produção/consumo de notícias mesmo nos momentos de blecautes. Para piorar, começaram a aparecer nas contas dos clientes aumentos de até 400%, que até agora não foram explicados.

Não é demais lembrar que isso derrubou em parte a imagem positiva das geladeiras novas para os pobres e ainda instaurou uma desconfiança de que a empresa estaria compensando, com os tais aumentos, o investimento que fez nos eletrodomésticos.

Ainda duvida do ‘inferno astral’?. Veja essa: em Itabuna, a campeã de reclamações desses últimos tempos, a gloriosa Emasa, quer deixar a incômoda posição e passar  o bastão de vez para a co-irmã energética. Pelo menos, quer apontar as causas de suas constantes pisadas de bola com o consumidor – lembremos que além da falta de água diária, a Emasa imita a Coelba no quesito "aumento abusivo", e ainda tem o agravante da mal-explicada taxa de esgoto.

Pois bem. O presidente da Emasa, Alfredo Melo, está propondo que sua empresa acione na justiça a Coelba, a quem culpa pelos constantes cortes no abastecimento de água em Itabuna. Segundo Melo afirmou ao Pimenta na Muqueca, há um "descontentamento com a série de quedas e interrupções no fornecimento de energia elétrica nas estações de captação de Emasa". A solução: "imprensar" a Coelba com uma ação judicial.

O resultado prático disso é que, mesmo que a justiça entenda que a Emasa não tem razão – dizem, por exemplo, que seus equipamentos não são assim, tão eficientes, o que estaria provocando essas interrupções – a Emasa estaria na mídia apontando um um culpado efetivo pelo seu mau serviço. No mínimo, diria que foi injustiçada. (Sobre a ação de Alfredo Melo, leia notícia no Pimenta na Muqueca)

É inferno astral. A questão é: a Coelba merece ou não ser tão castigada como vem sendo? Deixe sua opinião nos comentários.