Se tem uma coisa que se sabe dessa reforma administrativa encaminhada à Câmara Municipal em regime de urgência urgentíssima é que ela não veio pra explicar, mas pra confundir. O governo fala em economizar cortando secretarias, mas gera diretorias que pagam o mesmo que a antigos secretários e cria outros penduricalhos na forma que indica e dá muitas outras providências.

Qual é a dessa reforma? O que economiza? E economiza?

Temos uma fração de resposta: ela veio para garantir o reconhecimento de alguns que não poderiam ficar de fora, mas que não entraram.

Vejamos o exemplo da nomeação de madalhões do fernandismo para cargos que podem parecer menores, mas que acabam por pagar igual ou mais do que essas pessoas recebiam no último governo do próprio Fernando Gomes (2005-2008), quando ocupavam cargos de destaque, como secretarias. Um exemplo é o do ex-secretário das Finanças, Geraldo Pedrassoli. Ele foi nomeado diretor de Núcleo Planejamento, Informação e Gestão Estratégica da Saúde (CC-1).

O homem já foi o todo-poderoso das Finanças, e aceitou essa "humilde diretoria". Mas, o pouco com Fernando pode ser muito. Esse carguinho deve lhe render por volta de R$ 11 mil, mais do que recebia como titular na última gestão FG. Alguns dirão que o tempo passou e a inflação tiraria essa diferença e ainda acrescentaria uma grana, o que corresponderia ao salário de hoje de um secretário. Sim, mas não esqueçamos do discurso de austeridade que acompanha essa gestão desde os tempos em que o prefeito ainda era impedido pela justiça de assumir o mandato.

Mas, como dito, essa reforma administrativa ainda está para ser explicada. Por enquanto, só confusão. Em breve, assim que concluída a votação aprovação da reforma, mostraremos o que é esse governo, e a quem serve.