capaA Mulher do Lobisomem é o título do segundo livro do jornalista Daniel Thame, que será lançado no próximo dia 8 de dezembro, na Livraria Nobel (Shopping Jequitibá/Itabuna). Autor de Vassoura, que já está em sua quarta reimpressão, Daniel Thame desta vez traz uma série de contos com foco no universo feminino, em textos que falam de romance, sexo, poesia, crítica social, violência, e uma boa dose de humor e ironia fina. São textos objetivos, marca de um estilo que o jornalista transpôs do cotidiano das redações para a literatura.

O conto A Mulher do Lobisomem, que deu origem a um quadro especialmente pintado pelo grapiuna Waldomiro de Deus, considerado um dos maiores primitivistas do Brasil, é um exemplo desse estilo. É a história de um homem que se apaixona por uma linda mulher e, de repente, se descobre lobisomem, sem se dar conta que o amor será seu prazer e sua perdição, tendo a lua cheia como testemunha nem tão inocente assim.

“Como o amor, a história do lobisomem e sua paixão é real e irreal ao mesmo tempo porque ultrapassa os limites do que é físico e o que é transcendental, do que é fugaz e do que é eterno”, diz o jornalista, que prefere os contos curtos e não abre mão de finais sempre surpreendentes.

A Mulher do Lobisomem tem 20 contos, como “Amor em Havana”, “A mulher que andava na linha”, “500 anos numa noite”, “Dois olhos azuis e um destino”, “A Mãe”, “Amor em chamas”, “Torturado” e duas histórias de puro humor, sexo e nonsense, “Piercing erótico” e “Deus vai ao Motel”. O livro traz ainda o conto “Maria Nua, Rogai por nós”, um inesquecível libelo contra a exclusão social, publicado no jornal A Região (Itabuna) em 1994.

De acordo com Daniel Thame, a receptividade de Vassoura, que pretendia como seu primeiro e único livro, serviu de incentivo para mais essa incursão na literatura. “A Mulher do Lobisomem se tornou especial, menos pelo conteúdo, que ficará a cargo do julgamento dos leitores”.

Ele afirma que isso se deu mais pela generosidade de Waldomiro de Deus, “que proporcionou a confecção de uma capa de antologia, verdadeira obra de arte desse artista reconhecido em todo o mundo, mas que ainda está a merecer o devido resgate na terra onde nasceu e de onde brota o imaginário de sua genialidade primitivista”, afirma o jornalista.