Por Jorge Almeida

Primeiro os “Edis da Periferia” criaram o “Trio da Quebrada” e prometeram, juntos e misturados, amor eterno – a eles próprios – e a redenção de todos as mazelas sociais. Era o poder infinito da favela contra a bonança histórica do asfalto.

Depois de um ensaio parlatório relembrando de opressão patronal, como se dissesse “daqui para a frente somos nós!”, bastou apenas algumas garrafas vazias sobre a mesa, para redundar nalguns acidentes e consequente “cancelamento político e midiático”. A contar pela falta de apoio público a quem realmente necessitava logo o trio virou dupla…

Em seguida, após foguetório para pavimentação de rua pelos próprios moradores, e muitas tomadas de poses instagrâmicas, bastou breve críticas ao imperador, para, com o apoio evidente e conivente do próprio soberano, se estabelecer um processo antropofágico edilício, que, ao contrário das edificações administrativas que se fazem necessárias, não deixará pedra sobre pedra…

E Ravengar passou a comandar sozinho o reino de Avilan, exigindo silêncio absoluto, dependência e subserviência máximas de todos, principalmente dos seus pares, sob pena de desocupação de cargos públicos.

Não há bola de cristal que possa afirmar, mas, pelo visto, quando o imperador retirar do papa a coroa e empunhar em sua própria cabeça, não sobrará nem um “pio” para Pio ou Fírio.

Vai valer a máxima: “Adobe que não é protegido tende a virar lama com pingos de chuva, e, poeira, com o sopro dos ventos e os raios do sol”. Infelizmente, por esta razão específica, literalmente, nem mesmo os belos jardins da Babilônia se mantiveram suspensos.

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Jorge Almeida é advogado.