O prefeito Augusto Castro tem enfrentado uma maré de azar, com erros sucessivos, junto com uma impressionante incapacidade de sair das cordas, especialmente na questão da falta d’água nas torneiras do itabunense. Augusto perdeu seu ponta de lança na Câmara, que, bem ou mal, tinha um microfone para falar diariamente. Saiu do Parlamento para a gestão. De estilingue, virou vitrine.

Fala-se que o erro do governo está na Comunicação, tese defendida pelo advogado Alah Góes em recente entrevista na rádio Interativa FM. Teriam-se muitas realizações da gestão, mas pouca divulgação.

O que se observa, porém, é que o governo Augusto, em que pese a figura pessoal do prefeito ser de certa forma leve e afável, não consegue evoluir com as mudanças a que se propõe. Trocam-se secretários, remanejam-se diretores, muda-se composição da base aliada na Câmara… nada melhora. Mas, dessas mudanças invariavelmente o prefeito e sua gestão sempre acolhem um ônus maior do que os benefícios esperados. Gestão aliado à política é briga de foice.

Mas, o próprio Augusto não se ajuda. Diante de tantas notícias negativas, a cidade torrando sem água, o que se esperaria do prefeito nesse momento? No mínimo, reagrupar o time, rever os processos, identificar as falhas e dar uma demonstração pública de coesão aliada a algumas realizações de impacto.

Mas, o que se fez?

Exonerou a esposa de um dirigente político, aliado do governo, com fama – e história – de homem íntegro, reserva moral da política local. Sim, Renato Costa.

A educadora Luciene Nascimento foi limada de um cargo para o qual foi convidada de forma pessoal – em política, significa que não entra na cota do espaço de seu partido. A exoneração a pedido ocorreu após um processo de fritura promovido por membros da Secretaria de Assistência Social, aparentemente com conivência do governo- segundo ela própria relatou em entrevista ao radialista Neto Terra Branca, da Interativa FM. Após a exoneração, teriam ocorrido uma nefasta tentativa de se criar narrativas desabonadoras da capacidade técnica da ex-secretária, denunciada pelo próprio Renato Costa.

Político experiente nessas lidas já disse: “não se ataca filho nem esposa de aliados. Mexa até com o aliado, mas jamais com sua família”. Eis o grande erro de Augusto, maior que qualquer outro que porventura tenha cometido em sua breve carreira política. Fazer exatamente o que disse o político: mexeu com a familia de um aliado de peso.

O médico Renato Costa – de forma indireta – também o disse em entrevista ao mesmo radialista Neto Terra Branca, na mesma Interativa FM: “Augusto prejudica os aliados em benefício dos adversários”.

Conhecendo o fazer político de Renato, é fácil advinhar: ficou difícil para Augusto recompor a situação.