Das duas, uma: ou o PCdoB se dá bem e bota – de vez – o bloco na rua, tendo Davidson Magalhães como abre-alas, ou o barco dá uma balançada daquelas. Uma nota postada ontem, no site Política Livre (leia íntegra abaixo), revelou à Bahia a intenção do comunista de governar Itabuna. O caso pode ser, como disse o site, avaliado como muito ruim para as pretensões dos comunas ou, pelo contrário, pode se revelar a catapulta que faltava no quintal dos cururus.

As análises possíveis, segundo articulador ouvido pelo Trombone, que acredita ter sido a notinha plantada por gente grapiúna no site da metrópole: ou Davidson estará definitivamente queimado em nível de apoio governamental às suas pretensões ou – hipótese que mais acredita -, o tiro dos adversários saiu pela culatra.

Nesse segundo caso, o homem da Bahia Gás foi definitivamente lançado como candidato à sucessão de Azevedo em 2012, com risco de ver chover em sua horta hordas de empresários garantindo-lhe financiamento para a campanha – algo que os comunistas definitivamente desprezam, com todas as forças.

Essa relação de mais valia para o comunista Davidson Magalhães seria maravilhosa: investe dinheiro público no fornecimento de energia a esses empresários e colhe frutos dourados – ou seriam verdinhos? – para sua campanha, em quantidades nunca dantes percebidos numa disputa pela prefeitura em solo local.

O xeque-mate foi armado. Resta saber quais são as opções do PCdoB para se desvencilhar da armadilha. Como prometido, segue a nota do Política Livre:

A firme determinação do presidente da Bahiagás (Companhia de Gás da Bahia), Davidson Magalhães, de supostamente eleger-se prefeito de Itabuna em 2012 passou a chamar a atenção dos políticos da região e até da articulação política do governador Jaques Wagner (PT).

A última de Davidson – que é filiado ao PCdoB, partido na cota do qual foi indicado para o governo – foi a decisão da Bahiagás de publicar, em dois jornais do município, três páginas e meia, em cores, do balanço da companhia relativo ao ano de 2010.

A iniciativa chegou a merecer um registro do site local Pimenta na Muqueca, para o qual “a prática foge aos costumes da região”. Mas a estratégia de Davidson não começou – nem parou por aí.

Na semana passada, a companhia baiana de gás promoveu um café da manhã no Hotel Tarik Fontes para 50 profissionais da imprensa local, sempre sob o argumento de que as ações da Bahiagás precisam ser melhor divulgadas na região.

Não contente, o presidente da Bahiagás levou ainda a companhia a patrocinar o 21. Seminário de Marketing da Associação Comercial de Itabuna.

Com tantas e tamanhas investidas num espaço de tempo tão curto, Davidson passou a ser alvo também de outros comentários. Um deles é o de que a Bahiagás estaria investindo pesado em doações a instituições filantrópicas de Itabuna.

No encontro em que a base aliada do governo discutiu hoje a participação no segundo escalão da administração estadual, o caso da Bahiagás foi tratado como exemplo da “ambição desmedida” do presidente de chegar “a qualquer custo” ao governo de Itabuna.

O pior para Davidson é que, também segundo comentários que circularam na reunião, o governador Jaques Wagner (PT), informado sobre a movimentação do comunista em Itabuna, teria ostensivamente torcido o nariz para a maneira como o auxiliar tem se conduzido.